Luz nas trevas: da criação ao novo começo em Cristo

Luz nas trevas: da criação ao novo começo em Cristo

Luz nas trevas é o tema que permeia a narrativa unificada e padronizada da Bíblia, desde as primeiras palavras que começa com “Haja luz” em Gênesis 1:3 e culmina em Apocalipse, onde “o Cordeiro é a sua lâmpada” (Apocalipse 21:23), a luz representa a presença de Deus que transforma o caos em ordem.

O Evangelho segundo escreveu João, em sua introdução, apresenta Jesus como a Palavra de Deus, a luz que brilha nas trevas. Ele não apenas revela a glória do Pai, mas também convida a humanidade a ser recriada e reconciliada com Deus.

Este Refrigério Teológico explorará o simbolismo da luz nas trevas em Gênesis 1, João 1 e I João 1, mostrando como Jesus, como a Palavra criadora, restaura a criação e oferece redenção a humanidade.

Olá, graça e paz, aqui é o seu irmão em Cristo, Pr. Francisco Miranda do Teologia24horas, que essa “paz que excede todo entendimento, que é Cristo Jesus, seja o árbitro em nosso coração, nesse dia que se chama hoje…” (Fl 4:7; Cl 3:15).

O relato de João tem 21 capítulos, e o prólogo foi cuidadosamente escrito, colocando a história de Jesus em um contexto cósmico.

A Luz na criação (Gênesis 1:3,4,5,18)

Com a ajuda do Senhor, queremos chamar atenção para alguns paralelos impressionantes que existem entre passagens do Antigo e Novo Testamento.

Espero que com isso possamos reascender um amor e reverência para com o Livro Sagrado e seu Autor infalível, e promover assim o aumento de nossa prontidão para obedecer aos seus preceitos, como diz o salmista: “Maravilhosos são os Teus testemunhos; portanto, a minha alma os guarda” (Sl 119:129).

A luz foi a primeira declaração de Deus na criação, é o símbolo da ordem, beleza e bondade de Deus.

Assim como o mundo físico depende da luz natural, o mundo espiritual depende da luz divina.

Começa assim: No princípio era o Verbo=Palavra.

No princípio. É assim que a história da Bíblia inteira começa. “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gn 1:1).

João está afirmando que, para realmente entender quem é Jesus, você precisa voltar ao início de tudo.

E o que Deus estava fazendo no início?

Ele estava verbalizando Sua Palavra criativa em meio às trevas.

Palavras como “haja luz”, “apareça a terra seca”, “cubra-se a terra de vegetação”.

Imagine um rei que pode fazer as coisas apenas dizendo uma palavra.

É assim que Deus fala em Gênesis 1 algo e trouxe à existência diferentes elementos da criação:

  1. Gênesis 1:3 – “E disse Deus: Haja luz. E houve luz.”
  2. Gênesis 1:6 – “E disse Deus: Haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.”
  3. Gênesis 1:9 – “E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez.”
  4. Gênesis 1:11 – “E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que deem semente, e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez.”
  5. Gênesis 1:14 – “E disse Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos.”
  6. Gênesis 1:20 – “E disse Deus: Povoem-se as águas de enxames de seres vivos, e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento do céu.”
  7. Gênesis 1:24 – “E disse Deus: Produza a terra seres viventes conforme a sua espécie, animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo as suas espécies. E assim se fez.”
  8. Gênesis 1:26 – “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.”
  9. Gênesis 1:28 – “E Deus os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.”
  10. Gênesis 1:29 “E disse Deus: Eis que vos dou todas as ervas que dão semente, que estão sobre a superfície de toda a terra, e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento.”

E cada palavra transforma o caos sombrio em um cosmos ordenado cheio de vida. A criação ouve a Palavra e obedece.

No início da criação, o universo era sem forma, vazio, em trevas em meio um abismo profundo (Gn 1:2), mas Deus, o Criador soberano, começou com Sua Palavra, a estabelecer limites trazendo ordem ao caos, formando o que antes era desordenado em algo belo e organizado.

Preencheu o vazio com Sua plenitude, trazendo vida e abundância; trouxe luz nas trevas, vencendo a escuridão com a Sua revelação divina; e firmou no abismo, demonstrando Seu poder de estabilizar o que parecia incontrolável.

Assim Deus deu forma ao cosmos, Ele também deseja dar estrutura e propósito às nossas vidas. Quando nos submetemos à Sua vontade, Ele transforma o informe em algo significativo e alinhado ao Seu plano eterno.

Com Sua Palavra criativa, Deus encheu o céu com estrelas, o mar com peixes e a terra com vegetação e vida. Da mesma forma, Ele preenche o vazio das nossas almas com Sua presença.

Em um mundo onde muitos se sentem vazios e incompletos, Deus oferece a plenitude de Sua graça, amor e propósito.

Em Cristo, encontramos tudo o que precisamos para sermos completos, pois Ele é aquele que enche todas as coisas (Efésios 1:23).

Antes de Deus declarar “Haja luz”, o mundo estava coberto por trevas profundas, uma escuridão que simboliza tanto o caos quanto a ausência de revelação divina.

Mas a luz de Deus não apenas rompeu as trevas, como também as venceu. Essa luz inicial aponta para Jesus, a verdadeira luz do mundo, que brilha nas trevas espirituais e nunca é apagada (João 1:5).

Assim como Deus trouxe luz na criação, Ele ilumina as nossas vidas, expulsando o pecado e nos guiando em caminhos de justiça.

Mas o Espírito de Deus pairava sobre as águas, mostrando Sua autoridade sobre o caos e Sua capacidade de firmar o que parecia instável.

Deus estabeleceu limites para as águas, criando firmeza e segurança para a vida florescer.

Da mesma forma, Ele firma nossos passos em meio aos abismos emocionais e espirituais da vida, transformando incertezas em confiança.

Quando confiamos n’Ele, mesmo os abismos mais profundos não nos podem afundar, pois Ele é a nossa rocha e sustentação.

A Luz nas trevas em (João 1:1,2,4,5,7-9)

Começa assim: No princípio era o Verbo=Palavra.

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:1-3).

Observe como João projetou essa declaração de abertura para que os versos externos sejam sobre a natureza eterna do Verbo/Palavra.

Ele é desde o princípio.

E os versos centrais sejam uma afirmação sobre a identidade do Verbo/Palavra.

O Verbo/Palavra esta com Deus e também é Deus.

Depois desta introdução de abertura, há mais seis parágrafos dispostos em dois grupos correspondentes.

Os três primeiros contam a história de Jesus com imagens tiradas do livro de Gênesis.

A criação começou com Deus trazendo a luz para as trevas e agora, com a vinda de Jesus, Deus está começando uma nova criação.

Nele estava a vida e esta era a luz da humanidade. A luz brilha nas trevas e as trevas não a derrotaram.

Em João 1, encontramos um personagem, João, o Batista. Sim, ele estava preparando Israel para algo novo que Deus iria fazer, dando testemunho da chegada de Jesus. Ele veio como testemunha para testificar acerca da luz, a fim de que, por meio dele, todas as pessoas crescem.

Depois disso, o terceiro parágrafo explora a escolha que as pessoas encaram quando a luz de Deus entra no mundo por meio de Jesus, alguns escolhem ficar nas trevas, mas outros entram na luz e são recriados e renascem como novos tipos de seres humanos.

Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.

Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus (Jo 1:11).

Então esses três parágrafos resumem a história de Jesus como a Palavra de Deus, trazendo a luz para as trevas, e todas essas imagens são imagens de Gênesis.

No primeiro dia a separação foi entre a luz e as trevas.

É claro que isto é realmente o tema principal dos primeiros 28 versículos do Evangelho de João.

O Verbo revelado como a luz dos homens (v. 4), a qual as trevas nunca poderiam compreender nem derrotar (v. 5), e “a verdadeira Luz que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (v. 9).

Então a beleza da verdadeira Luz se apresenta no v. 14: “a Sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”, e a iluminação dela no v. 18: “O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse O revelou”.

Além disso, embora lemos claramente que João Batista não era a luz (v. 8), mesmo assim ele “veio … para que testificasse da luz” (vs. 7-8).

Ao lermos o testemunho de João nos versículos 17-27, ficamos impressionados com suas respostas negativas: “Eu não sou o Cristo” (v. 20), “Não sou [Elias]” (v. 21), etc.

Como testemunha da verdadeira Luz, João não faria nem diria nada que ofuscasse a glória daquela divina Luz.

Que exemplo sadio para os pregadores do dia de hoje, quando se dá tanta importância às pessoas e nomes famosos. Disse João: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua”.

A Luz da Redenção (I João 1:5-10; 2:1)

João voltará e contará a mesma história novamente, mas dessa vez com imagens tiradas do livro de Êxodo.

Então a Palavra eterna de Deus entrou na criação, tornando-se um humano mortal chamado Jesus. E ele habitou entre nós?

A palavra grega para habitar é σκηνόω (skēnóō), significa literalmente permanecer (ou viver) num tabernáculo (ou tenda).

João está comparando Jesus ao Tabernáculo que Moisés construiu no monte Horebe/Sinai, o lugar onde a presença gloriosa de Deus veio para viver e se unir com seu povo.

Então o Verbo(Jesus) é um Tabernáculo humano?
Sim, ele é a realidade para a qual o Tabernáculo apontava, o lugar onde Deus e a humanidade estão unidos como um.

Em seguida temos outra menção de João Batista, que está dando testemunho de Jesus.

Depois disso, João conta sobre como ele e seus amigos realmente encontraram Jesus, e como eles fizeram a escolha de o seguir e confiar nele, sendo transformados por sua luz.

Todos recebemos da sua plenitude graça sobre graça, pois a Torá foi dada por intermédio de Moisés.

A graça e a verdade vieram por intermédio do Messias Jesus.

João era israelita, então pertencia à família que recebeu, por meio de Moisés, o presente generoso da Torá, a Palavra e a sabedoria de Deus.

E agora João e seus companheiros israelitas estavam recebendo o presente definitivo da verdade e do amor de Deus, o próprio Jesus.

E desta vez o Verbo/Palavra de Deus não está escrita, é uma pessoa.

Para concluir, João encerra o prólogo com palavras que ecoam as linhas de abertura.

Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus unigênito, que estava junto do Pai, tornou conhecido.

Então por um lado Deus é transcendente, acima de todos e totalmente distinto.

E se esse fosse o fim da história, Deus permaneceria distante de nós.

Mas então João começa a falar sobre esse Deus único, que está junto do Pai.

Sim, o que isso significa?

Bem, lembre-se da abertura do prólogo. João usou a imagem de Deus e da Palavra de Deus.

Agora ele usa outra imagem, de um pai que tem o filho sentado muito perto.

Um rei e sua palavra, um pai e seu filho. São duas maneiras de dizer a mesma coisa.

João quer deixar claro que o Jesus que ele conhecia era distinto de Deus e também era Deus.

E como palavra, filho, luz e glória de Deus, o Verbo(Jesus) veio para tornar conhecido…

Tornar conhecido o quê? Exatamente.
Em grego, João não diz.
Na verdade, ele deixa a frase em aberto.
Ele se esqueceu de terminar a última frase? Não, é de propósito.

É o convite de João para continuar lendo a história, para poder descobrir por si mesmo o que Jesus quer tornar conhecido a você.

I João apresenta seis declarações “se” que destacam a responsabilidade humana:

  1. Se dissermos que temos comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos.”
  2. Se andarmos na luz, como Ele está na luz, temos comunhão uns com os outros.”
  3. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos.”
  4. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar.”
  5. “Se dissermos que não pecamos, fazemos dele um mentiroso.”
  6. Se alguém pecar, temos um advogado junto ao Pai.”

Essas condições revelam o poder da luz em expor, purificar e redimir.

Jesus, como nosso advogado, nos convida a abandonar as trevas e andar em sua luz.

Conclusão

Jesus é a luz que rompe as trevas da criação e da redenção.

Assim como Deus criou a luz no início, Ele também nos chama hoje a receber a luz de Cristo, que transforma o caos espiritual em uma vida ordenada e cheia de propósito.

“Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que estava no seio do Pai, esse o revelou” (João 1:18)

João, ao deixar sua última frase aberta (João 1:18), nos convida a continuar nossa jornada, permitindo que a luz de Jesus revele a glória de Deus em nossas vidas.

O fato é que João vê toda a história da Bíblia como um convite para conhecer e ser conhecido pelo pai e pelo filho, que juntos são um único Deus.

Nossa missão no Teologia24horas é ajudar você a experimentar a Bíblia como uma história unificada que leva a Jesus.

Espero que este Refrigério Teológico tenha edificado sua vida espiritual!

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