Filipenses 2:5-11 – O esvaziar-se do Verbo(Jesus) e seu significado para nós

O esvaziar-se de Cristo e seu significado para nós

Esvaziar-se é um conceito central e indispensável para a verdadeira compreensão da doutrina da encarnação do Verbo (Jesus Cristo).

Este ato voluntário de renúncia revela o coração da missão redentora de Cristo: abrir mão de Sua glória divina para assumir a fragilidade humana e cumprir o plano de salvação.

Em Filipenses 2:5-11, o apóstolo Paulo apresenta um dos textos cristológicos mais profundos do Novo Testamento, que expõe com clareza a humildade, a obediência e a exaltação de Jesus.

Este texto não apenas descreve a essência do esvaziamento de Cristo, mas também nos convida a viver com o mesmo sentimento que Ele demonstrou.

Este Refrigério Teológico explorará o significado do esvaziamento de Cristo e como essa verdade transforma nossa perspectiva sobre adoração, serviço e evangelização.

Olá, graça e paz, aqui é o seu irmão em Cristo, Pr. Francisco Miranda do Teologia24horas, que essa “paz que excede todo entendimento, que é Cristo Jesus, seja o árbitro em nosso coração, nesse dia que se chama hoje…” (Fl 4:7; Cl 3:15).

“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2:5-11, ACF)

O sentimento mencionado em Filipenses 2:5“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” — é explicado nos versículos seguintes (Filipenses 2:6-11).

Ele refere-se à humildade, obediência e sacrifício altruísta de Cristo, que voluntariamente esvaziou-se ἐκένωσεν (kenosis) e assumiu a forma de servo para cumprir o plano redentor de Deus.

O Verbo(Jesus), sendo em forma de Deus, não considerou sua igualdade com Deus algo a ser usado para sua própria vantagem.

Ele abriu mão de seus direitos divinos e escolheu esvaziar-se ao ponto de assumir a forma de homem.

  • Significa que…
    • Devemos abandonar qualquer atitude de orgulho e vaidade.
    • Ser humildes implica reconhecer nossa dependência de Deus e tratar os outros com respeito e dignidade (Filipenses 2:3).

Cristo foi obediente até à morte, e não qualquer morte, mas a morte de cruz — um ato de total submissão à vontade do Pai.

  • Significa que…
    • O sentimento de Cristo envolve viver em obediência à Palavra de Deus, mesmo que isso exija sacrifícios.
    • Obediência implica colocar os planos de Deus acima de nossas próprias vontades, confiando que Ele sabe o que é melhor (João 14:15).

O esvaziamento de Cristo demonstra um amor incondicional e sacrificial.

Ele não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos (Marcos 10:45).

  • Significa que…
    • Somos chamados a viver em amor sacrificial, cuidando das necessidades dos outros acima de nossas próprias.
    • Isso se manifesta em atos práticos, como perdoar, ajudar os necessitados e proclamar o Evangelho.

Esvaziar-se, o significado de ἐκένωσεν “Kenosis”

A palavra grega ἐκένωσεν (kenosis) deriva do verbo kenoō (κενόω), que significa “esvaziar” ou “tornar vazio”, é usada no texto de Filipenses 2:7 para descrever o ato voluntário de Cristo ao renunciar a seus direitos divinos sem abdicar de sua natureza divina.

Portanto, ao se esvaziar, Jesus não apenas veio salvar-nos, mas também ensinar-nos como viver de forma a refletir o caráter divino, em santidade, amor e submissão ao Pai.

Isso nos desafia a buscar uma vida que espelhe a vida de Cristo, para que possamos ser “perfeitos como perfeito é o nosso Pai celestial” (Mateus 5:48).

O Verbo(Jesus), sendo em forma de Deus

O termo grego para “forma” (μορφή, morphē) refere-se à essência ou natureza essencial de algo.

Isso significa que o Verbo (Jesus), sendo em forma de Deus, possuía plenamente todos os atributos e prerrogativas da divindade, como eternidade, onipotência e glória.

No entanto, Ele não considerou que sua igualdade com Deus fosse algo a ser usado para sua própria vantagem ou explorado em benefício próprio.

Essa atitude revela a profundidade de Sua humildade e disposição para submeter-se ao plano redentor do Pai.

O esvaziamento voluntário

O esvaziar-se de Cristo não significa que Ele deixou de ser Deus, mas que renunciou ao uso independente de seus atributos divinos.

Ele abriu mão de sua glória celestial para assumir a fragilidade humana.

Assim como Cristo esvaziou-se, somos chamados a abandonar nosso orgulho, egoísmo e direitos pessoais para servirmos aos outros com amor e humildade.

A humilhação de Cristo

O Verbo (Jesus), ao assumir a forma humana, tomou também a “forma de servo” (μορφὴν δοῦλου), demonstrando plena humildade e disposição para servir.

Ele não veio como um rei terreno, mas como aquele que, em amor, dedicou-se ao serviço e entregou Sua vida como resgate por muitos (Marcos 10:45), revelando o verdadeiro significado de liderança espiritual e sacrifício.

Semelhança aos homens

Ao tornar-se semelhante aos homens (homoiōma anthrōpōn), Cristo identificou-se plenamente com a humanidade, compartilhando nossas limitações e fragilidades.

Ele experimentou fome, sede, cansaço e sofrimento, demonstrando a profundidade de Sua compaixão e empatia.

Sua humilhação atingiu o ponto mais extremo ao submeter-se à morte de cruz, uma execução cruel e vergonhosa, reservada aos piores criminosos, tornando-se o sacrifício perfeito pela redenção da humanidade.

Obediência até à morte

A morte de Cristo representou o auge de Sua obediência, sendo o ato supremo de submissão à vontade do Pai.

Ele entregou-se por completo ao plano redentor estabelecido desde a fundação do mundo (Efésios 1:4), cumprindo, em perfeita obediência, o propósito de Deus para a salvação da humanidade.

Em nossa caminhada cristã, a verdadeira humildade se revela na disposição de obedecer a Deus incondicionalmente, mesmo em meio ao sofrimento, reconhecendo que a fidelidade ao Senhor transcende as circunstâncias e nos aproxima do Seu propósito eterno.

Conexões bíblicas

Isaías 53: O Servo sofredor

A descrição de Cristo em Filipenses 2 ecoa a figura do Servo Sofredor de Isaías 53, que foi humilhado, mas posteriormente exaltado.

Jesus Lava os pés dos discípulos (João 13)

Ao lavar os pés dos discípulos, Cristo exemplificou a humildade servil que Ele espera de seus seguidores.

A cruz no contexto romano

A crucificação era considerada a forma mais humilhante de morte no mundo romano.

O fato de Cristo submeter-se a essa morte mostra a profundidade de seu amor e humildade.

A exaltação de Cristo

O esvaziamento e a humilhação de Cristo foram seguidos por sua exaltação.

Em Filipenses 2:9-11, Paulo descreve como Deus “o exaltou soberanamente” (υπερυψοωσεν, hyperypsōsen), dando-lhe um Nome acima de todo nome.

Um nome sobre todo nome

O Nome de Jesus é reconhecido como o Nome de Senhor (κύριος, Kyrios), equivalente ao nome divino Yahweh do Antigo Testamento. Isso reafirma sua plena divindade e autoridade universal.

O reconhecimento universal

No final dos tempos, toda criação reconhecerá Jesus como Senhor, dobrando seus joelhos e confessando com suas línguas.

Este é um ato de adoração e submissão.

A exaltação de Cristo nos lembra que o caminho para a glória passa pela humildade e pela cruz.

Da mesma forma, Deus exaltará aqueles que se humilham diante dele (1 Pedro 5:6).

Implicações práticas

  • Viver em humildade constante
    Seguindo o exemplo de Cristo, o leitor é chamado a abandonar o orgulho e tratar os outros como superiores a si mesmo (Filipenses 2:3), promovendo relacionamentos saudáveis baseados no respeito e no serviço.
  • Obediência incondicional à vontade de Deus
    Assim como Cristo obedeceu ao Pai até a morte, somos desafiados a submetermos nossa vida, decisões e vontades à soberania de Deus, mesmo em momentos de dificuldade ou sacrifício.
  • Servir com amor e altruísmo
    Inspirado pela forma de servo assumida por Jesus, devemos buscar oportunidades para servir aos outros de maneira desinteressada, refletindo o amor de Deus em ações práticas.
  • Valorizar a simplicidade e o contentamento
    O esvaziamento de Cristo ensina-nos a desapegar-se de ambições egoístas e a viver com gratidão e contentamento, confiando que Deus provê tudo o que é necessário.
  • Perseverar em meio ao sofrimento
    A cruz de Cristo é um lembrete de que o sofrimento pode ter propósito e que a glória futura supera qualquer dor presente (Romanos 8:18). Isso encoraja-nos a enfrentar dificuldades com fé e esperança.
  • Refletir o caráter de Cristo em todas as áreas da vida
    Somos incentivado a demonstrar o caráter de Cristo em casa, no trabalho e na igreja, vivendo com integridade, mansidão e compaixão.
  • Submissão ao plano redentor de Deus
    Reconhecendo que Deus tem um plano eterno para a humanidade, somos motivados a alinharmos nossos objetivos e sonhos à missão de Deus, tornando-se um colaborador do Reino.
  • Buscar Comunhão com Deus
    A vida de Cristo foi marcada pela oração e comunhão com o Pai. Da mesma forma, somos chamado a desenvolver uma vida de intimidade com Deus, buscando orientação e força diariamente.
  • Compartilhar a Mensagem do Evangelho
    O exemplo de Cristo inspira a testemunharmos a outros sobre o amor de Deus, tornando o Evangelho conhecido por meio de palavras e ações.
  • Esperança na Exaltação Futura
    Assim como Cristo foi exaltado após Sua humilhação, podemos viver com a certeza de que a fidelidade a Deus será recompensada, tanto nesta vida quanto na eternidade (1 Pedro 5:6).

Conclusão

Compreender o significado de kenosis (ἐκένωσεν), que significa “esvaziar” ou “tornar vazio”, conforme apresentado em Filipenses 2:7, é um chamado poderoso para uma transformação prática e espiritual.

Quando o Verbo, que era Deus, se fez carne (João 1:14), Ele se esvaziou (kenosis) de Suas prerrogativas divinas, assumindo a forma de servo e vivendo como homem, obedeceu ao Pai até a morte e foi exaltado acima de tudo.

Essa realidade não apenas revela Sua humildade, mas também nos oferece um modelo perfeito de como viver em conformidade com a vontade de Deus.

Esse exemplo é um convite para vivermos com o mesmo sentimento que houve n’Ele.

Portanto, somos desafiados a esvaziar-nos de tudo o que nos afasta de Deus: orgulho, egoísmo, medo e desejos desordenados.

Ao fazê-lo, refletimos a humildade de Cristo e nos posicionamos para experimentar a verdadeira exaltação, que vem do Pai.

O que você precisa esvaziar em sua vida para refletir melhor a humildade, obediência e amor de Cristo?

Permita que o Espírito Santo revele as áreas de sua vida onde Ele deseja realizar essa transformação.

Espero que este Refrigério Teológico tenha edificado sua vida espiritual!

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