Repúdio e divórcio em Mateus 19:3-9: um estudo teológico sobre πορνεία e μοιχεία à luz da Septuaginta

Repúdio e divórcio em Mateus 19:3-9: um estudo teológico sobre πορνεία e μοιχεία à luz da Septuaginta

O tema do repúdio e do divórcio sempre esteve entre os mais polêmicos da teologia cristã.

Desde os dias de Jesus, fariseus, escribas e mestres da lei levantavam perguntas capciosas sobre os limites da dissolução matrimonial.

A discussão girava em torno da tensão entre a concessão mosaica de Deuteronômio 24:1-4 e o princípio eterno estabelecido na criação em Gênesis 2:24 .

O texto de Mateus 19:3-9 , especialmente em sua forma grega, preservada em harmonia com a Septuaginta (LXX) , nos oferece um quadro completo de como o Senhor lidou com essa questão.

Ali encontramos não apenas uma resposta a uma armadilha farisaica, mas a restauração do propósito original do casamento : “o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19:6).

No centro do debate estão quatro palavras fundamentais do grego bíblico:

  • ἀπολύω ( apolyō ) – repúdio, o ato de mandar embora, despedir (cf. Dt 24:1 LXX; Mt 1:19).
  • ἀποστάσιον ( apostásion ) – divórcio, o documento legal que legitimava a separação (cf. Dt 24:1; Mc 10:4).
  • πορνεία ( porneía ) – prostituição, imoralidade sexual em sentido amplo, desde fornicação e incesto até uniões ilícitas (cf. At 15:20; 1 Co 5:1).
  • μοιχεία ( moicheía ) – adultério, a quebra direta do pacto conjugal, tradução do hebraico נָאַף ( na’af ) no sétimo mandamento (Êx 20:14).

Ao explorar esses termos, percebemos que Jesus não apenas delimitou os casos de dissolução matrimonial, mas reordenou a hermenêutica bíblica : Gênesis acima de Deuteronômio, o ideal acima da concessão, a aliança acima do contrato.

Neste Refrigério Teológico, você descobrirá:

  • Por que o casamento é mais que um contrato civil: é aliança de sangue diante de Deus (Gn 2:24; Ml 2:14; Ef 5:31-32).
  • Como o repúdio (ἀπολύω) e o divórcio (ἀποστάσιον) , quando feitos sem a cláusula da πορνεία, resultam inevitavelmente em μοιχεία .
  • De que forma Jesus restringiu e não ampliou o divórcio, confrontando a σκληροκαρδία (sklērokardía) — dureza do coração humano (Mt 19:8).
  • Por que apenas a πορνεία (imoralidade sexual ilícita) quebra a aliança de tal maneira que a separação não imputa adultério ao inocente.
  • E, acima de tudo, como a graça do Evangelho continua sendo o caminho de restauração para famílias feridas (Os 3:1-3; Ef 5:25).

Assim, este estudo não é apenas uma reflexão acadêmica, mas um chamado pastoral para a Igreja viver e proclamar a santidade do casamento, em meio a uma geração que banaliza o pacto conjugal.

Olá, graça e paz, aqui é o seu irmão em Cristo,  Pr. Francisco Miranda do Teologia24horas, que essa “paz que excede todo entendimento, que é Cristo Jesus, seja o árbitro em nosso coração, nesse dia que se chama hoje…” (Fl 4:7; Cl 3:15).

O contexto do debate: fariseus e a lei de Moisés

O texto base da Septuaginta (LXX) – Deuteronômio 24:1-2, temos:

“ἐὰν λάβῃ ἀνὴρ γυναῖκα καὶ συνοικήσῃ αὐτῇ, καὶ ἔσται ἐὰν μὴ εὕρῃ χάριν ἐναντίον αὐτοῦ, διότι εὗρεν ἐν αὐτῇ ἄσχημον πρᾶγμα, καὶ γράψει αὐτῇ βιβλίον ἀποστασίου καὶ δώσει εἰς τὰς χεῖρας αὐτῆς καὶ ἐξαποστελεῖ αὐτὴν ἐκ τοῦ οἴκου αὐτοῦ· καὶ ἐξελθοῦσα ἐκ τοῦ οἴκου αὐτοῦ ἀπελεύσεται καὶ ἔσται ἀνδρὶ ἑτέρῳ.”

Tradução literal:

“Se um homem tomar uma mulher e coabitar com ela, e acontecer que ela não encontre favor diante dele, porque encontrou nela algo vergonhoso (ἄσχημον πρᾶγμα), então escreverá para ela um livro de divórcio (βιβλίον ἀποστασίου), entregará em suas mãos e a despedirá de sua casa. E, saindo da casa dele, ela poderá se tornar esposa de outro homem”.

Observação: O “βιβλίον ἀποστασίου” (livro de repúdio) não é apenas um certificado de separação, mas o documento que lhe dava liberdade legal para um novo matrimônio.

Os fariseus, citando Deuteronômio 24:1-2 (LXX) , argumentavam que Moisés havia permitido dar uma carta de divórcio ( ἀποστάσιον ).

Para eles, o repúdio ( ἀπολύω ) era direito legal do homem, bastando “achar alguma coisa vergonhosa” ( ἄσχημον πρᾶγμα ) na mulher.

Jesus, porém, desloca o foco, ou seja, em vez de fundamentar sua resposta em Moisés, retrocede até Gênesis 2:24 , 25, onde não existe espaço para o repúdio e divórcio , mas apenas para a união indissolúvel: “e serão ambos uma só carne”.

Esse contraste revela que o divórcio, embora legalmente reconhecido, nunca foi o ideal divino.

Ele surgiu como concessão por causa da dureza do coração humano (Mt 19:8).

Repúdio (ἀπολύω): a prática social e legal

O termo ἀπολύω significa literalmente “soltar”, “mandar embora”.

No contexto matrimonial, descrevia o ato do marido despedir a esposa, sem necessariamente entregar-lhe o documento formal do divórcio.

Na cultura judaica do século I:

  • O repúdio poderia ocorrer por motivos banais (como defendia a escola de Hillel) ou graves (como defendia a escola de Shammai).
  • Muitas vezes, o simples ato de mandar embora já era entendido como separação.

Jesus, entretanto, ensina que o repúdio sem causa legítima não apenas fere a aliança, mas também conduz ao adultério (μοιχεία) , pois a mulher, repudiada sem justa razão, ficava vulnerável a novos casamentos e, portanto, era injustamente colocada em pecado (cf. Mt 5:32).

Divórcio (ἀποστάσιον): o documento legal

A palavra ἀποστάσιον aparece em Deuteronômio 24:1-3 (LXX) para descrever o “livro de repúdio” ou “carta de divórcio”.

Era o registro formal que protegia a mulher repudiada, permitindo-lhe contrair novo matrimônio.

O divórcio tinha, portanto, dupla função:

  1. Resguardar a mulher de acusações de adultério.
  2. Liberá-la legalmente para um novo casamento.

Jesus não nega a existência do ἀποστάσιον , mas revela que ele nasceu da dureza do coração humano.

O plano original de Deus jamais incluiu o divórcio , porque o casamento é um mistério de unidade (Ef 5:31-32).

Prostituição (πορνεία): a cláusula de exceção

O ponto mais delicado está aqui no versículo 9:

“Quem repudiar (ἀπολύω) sua mulher, não por causa de πορνεία , e casar com outra, comete adultério (μοιχεία).”

Aqui Jesus não usou μοιχεία como causa de dissolução, mas πορνεία .

Isso é significativo:

  • μοιχεία = adultério clássico (quebra da aliança por infidelidade conjugal).
  • πορνεία = imoralidade sexual em sentido amplo: incesto, prostituição, fornicação, uniões ilícitas (Lv 18), prostituição cultual, práticas contra a natureza (Jd 7).

Assim, Jesus não disse que “adultério é motivo de divórcio”, Ele foi além: somente quando o pacto conjugal é contaminado por πορνεία, a ruptura não resulta em adultério para a parte inocente .

Em termos práticos, πορνεία “prostituição” abrange:

Fornicação pré-marital

  • Relações sexuais antes do casamento.
  • Proibida em Deuteronômio 22:13-21; refletida em 1 Coríntios 7:2.
  • Hoje aplicável a uniões sem compromisso matrimonial, “ficar”, relações casuais.

Adultério espiritual ou carnal

  • Embora μοιχεία seja o termo jurídico para adultério, quando este é visto como imoralidade sexual que destrói o pacto conjugal , também pode ser classificado como πορνεία.
  • Mateus 5:32 – Jesus usa πορνεία para referir-se à cláusula de exceção.

Incesto

  • Relações entre parentes próximos (Lv 18:6-18).
  • 1 Coríntios 5:1 – “Tal imoralidade (πορνεία) como nem entre os gentios se nomeia, haver quem abuse da mulher de seu pai.”

Prostituição cultual e comercial

  • União com prostitutas físicas (Oséias 4:12-14; 1 Coríntios 6:15-16).
  • Prostituição ligada à idolatria: Dt 23:17-18 (proibindo prostitutos cultuais).
  • Na LXX, prostituição espiritual de Israel é traduzida por πορνεία (Ez 16; Os 1–3).

Homosexualidade e práticas contra a natureza

  • Embora o NT use o termo arsenokoítēs (I Co 6:9; I Tm 1:10), na tradição judaica helênica estas práticas eram entendidas dentro da imoralidade geral (πορνεία).
  • Judas 7 fala de Sodoma e Gomorra “havendo-se entregado à πορνεία”.

Bestialidade

  • Condenada em Levítico 18:23; 20:15-16.
  • Lida na LXX como parte dos ἄσχημα πράγματα (coisas vergonhosas), expressão muitas vezes incluída na esfera da πορνεία.

Casamentos ilícitos pela Lei

  • Casamentos dentro de graus proibidos (Lv 18).
  • Herodes Antipas casou-se com Herodias, esposa de seu irmão – João Batista o confrontou (Mc 6:18). Essa relação poderia ser classificada como πορνεία.

Pornografia (aplicação moderna)

  • Embora o termo não existisse na Antiguidade, a lógica de πορνεία cobre qualquer forma de excitação, prática ou envolvimento em imoralidade sexual fora do padrão de Deus (Mt 5:28 – “qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura já em seu coração cometeu adultério com ela”).

Implicações teológicas

  • No casamento:
    • A πορνεία não é apenas um “ato” de infidelidade, mas a quebra radical da santidade sexual que fundamenta o matrimônio.
    • Por isso, Jesus não limitou a exceção ao divórcio apenas à μοιχεία (adultério consumado), mas a toda forma de corrupção sexual destrutiva (πορνεία).
  • Na vida cristã:
    • Paulo coloca πορνεία como um dos pecados que excluem do Reino de Deus (1 Co 6:9-10).
    • Atos 15:20 – o Concílio de Jerusalém ordena que os gentios convertidos se abstenham da πορνεία como mandamento central.
  • Na espiritualidade:
    • Israel é descrito como prostituta (πορνεία) quando se volta aos ídolos (Ez 16; Os 1–3).
    • No Apocalipse, a Grande Babilônia é chamada de “a meretriz” (Ap 17:1-2), símbolo de idolatria e corrupção espiritual.

Quando Jesus disse em Mateus 19:9 que a exceção era πορνεία , Ele estava incluindo:

  • Relações sexuais ilícitas que invalidam o casamento desde a raiz (incesto, casamentos proibidos, prostituição, adultério em sentido ampliado).
  • Atos que tornam impossível a santidade do pacto conjugal.
  • Não apenas o “adultério clássico” ( μοιχεία ), mas todo tipo de imoralidade sexual que corrompe a aliança matrimonial.

A πορνεία é uma categoria ampla que abrange toda imoralidade sexual contrária ao padrão de Deus , desde fornicação, incesto, prostituição, adultério em sentido amplo, até uniões ilícitas e idolatria sexual.

Assim, a cláusula de Jesus não é uma “licença para divorciar por adultério”, mas uma restrição severa: apenas quando a santidade sexual é destruída por πορνεία, o vínculo pode ser considerado rompido diante de Deus.

Adultério (μοιχεία): a consequência inevitável

O termo μοιχεία vem de moichós (μοιχός = adúltero), e na Septuaginta traduz o hebraico נָאַף ( na’af ) , usado no 7º mandamento:

“לא תנאף” (lo tin’af) – “Não adulterarás” (Êx 20:14; Dt 5:18).

Assim, o adultério sempre foi visto como violação direta da aliança matrimonial e também como símbolo da infidelidade espiritual contra Deus (Jr 3:8; Ez 16:32; Os 3:1).

Quando Jesus afirma que aquele que repudia sem causa de πορνεία e casa novamente comete μοιχεία , Ele está mostrando que:

  • O repúdio (ἀπολύω) sem base legítima não rompe o vínculo espiritual do casamento.
  • Portanto, o novo casamento é considerado adultério (μοιχεία) , porque, aos olhos de Deus, a primeira aliança permanece intacta.

Em Mateus 5:27-28, Jesus já havia ampliado o conceito de adultério, dizendo que até o olhar cobiçoso é μοιχεία no coração.

Aqui, em Mateus 19:9, Ele aprofunda ainda mais: o divórcio legal, sem fundamento em πορνεία, não é suficiente para dissolver a união diante de Deus .

Portanto:

  • O simples “papel de divórcio” ( ἀποστάσιον ) não livra o homem ou a mulher do julgamento divino (Ml 2:16 – “Eu odeio o repúdio”, diz o Senhor).
  • Se não houver a cláusula de exceção (πορνεία), qualquer novo casamento é μοιχεία, pois o laço original permanece.

A lógica bíblica: do Sinai ao Sermão da Montanha

  1. Êxodo 20:14 (LXX): “Οὐ μοιχεύσεις” – “Não cometerás adultério.”
  2. Levítico 20:10: “Se um homem adulterar (na’af) com a mulher do seu próximo, certamente morrerão.”
  3. Provérbios 6:32: “O que adultera com uma mulher é falto de entendimento; destrói a sua alma o que faz tal coisa.”
  4. Mateus 5:32: “Qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de πορνεία, fá-la cometer adultério (μοιχεία).”
  5. Mateus 19:9: “Quem repudiar sem porneía e casar de novo, comete μοιχεία.”
  6. Tiago 2:11: “Não adulterarás (μοιχεύσεις). Ora, se tu não cometes adultério, mas matas, já te tornaste transgressor da lei.”

A Bíblia mostra que a μοιχεία não é apenas um erro moral, mas um pecado que traz juízo , pois fere a santidade de Deus e o reflexo da aliança eterna de Cristo com a Igreja (Ef 5:31-32).

O ensino de Jesus é inequívoco:

  • O repúdio (ἀπολύω) sem motivo de πορνεία não dissolve o casamento.
  • O divórcio (ἀποστάσιον) , embora válido civilmente, não anula o vínculo espiritual.
  • O novo casamento, nesse caso, é μοιχεία (adultério) , inevitável consequência da dureza do coração humano.

Em outras palavras, o Estado pode legalizar o divórcio, mas só Deus define quando o vínculo matrimonial é rompido .

E, segundo Cristo, isso só ocorre quando a santidade sexual da união é destruída por πορνεία.

Aplicação prática e pastoral

  1. Adultério é mais do que ato: é o resultado de toda tentativa de romper o casamento sem respaldo na lei de Deus.
  2. O papel de divórcio não inocenta: Deus vê além dos registros civis; Ele julga os corações (Hb 4:13).
  3. Chamado à santidade: a Igreja deve proclamar que a aliança matrimonial é sagrada e que o adultério (μοιχεία) traz graves consequências espirituais.
  4. O caminho da restauração: mesmo quando houve μοιχεία, a graça pode restaurar (Jo 8:11 – “Vai e não peques mais”).

O adultério ( μοιχεία ) é a consequência inevitável do repúdio ( ἀπολύω ) e divórcio ( ἀποστάσιον ) feitos fora da cláusula de exceção da πορνεία.

O simples “papel de divórcio” não tem poder de quebrar a aliança matrimonial estabelecida por Deus desde Gênesis 2:24,25.

Assim, quem casa novamente sem que haja πορνεία como causa, incorre em μοιχεία, porque aos olhos de Deus o vínculo permanece.

Esse ensino de Cristo ecoa toda a Escritura, desde o mandamento “לא תנאף ( lo tin’af ) – não adulterarás” (Êx 20:14) até a revelação do Novo Testamento, onde o adultério é sinal de dureza de coração e infidelidade espiritual.

A lógica de Jesus: Gênesis acima de Deuteronômio

A chave hermenêutica de Jesus em Mateus 19 está em restabelecer a ordem da revelação: Gênesis precede Deuteronômio .

Enquanto os fariseus queriam sustentar sua interpretação no texto de Moisés (Dt 24:1-4 LXX), Cristo os leva de volta ao princípio, ao propósito original de Deus para o matrimônio.

Gênesis 2:24 (LXX): princípio da criação – unidade indissolúvel

O texto da Septuaginta traduz:

“ἕνεκεν τούτου καταλείψει ἄνθρωπος τὸν πατέρα αὐτοῦ καὶ τὴν μητέρα καὶ προσκολληθήσεται πρὸς τὴν γυναῖκα αὐτοῦ, καὶ ἔσονται οἱ δύο εἰς σάρκα μίαν.”
“Portanto, deixará o homem seu pai e sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão os dois uma só carne.”

No hebraico:

“עַל־כֵּן יַעֲזָב־אִישׁ אֶת־אָבִיו וְאֶת־אִמּוֹ וְדָבַק בְּאִשְׁתּוֹ וְהָיוּ לְבָשָׂר אֶחָד”

Dois verbos são fundamentais:

  • דָּבַק (dāvaq) – unir-se, apegar-se, colar-se de modo inseparável.
  • ἔσονται… σάρκα μίαν – “serão uma só carne”, expressão que indica aliança vitalícia e não um contrato social.

Jesus usa este versículo para afirmar que a união conjugal é obra do Criador , e, por isso, “o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19:6).

Deuteronômio 24:1-4 (LXX): concessão temporária – divórcio como proteção

Na LXX, lemos:

“καὶ γράψει αὐτῇ βιβλίον ἀποστασίου καὶ δώσει εἰς τὰς χεῖρας αὐτῆς καὶ ἐξαποστελεῖ αὐτὴν ἐκ τοῦ οἴκου αὐτοῦ· καὶ ἐξελθοῦσα… ἔσται ἀνδρὶ ἑτέρῳ.”
“E escreverá para ela um livro de divórcio (ἀποστάσιον), e o dará em suas mãos, e a despedirá (ἀπολύω) de sua casa; e, saindo ela, poderá ser esposa de outro homem.”

O hebraico confirma:

  • סֵפֶר כְּרִיתֻת (sefer keritút) – literalmente, “livro de corte”, documento que atestava a separação.
  • Função: proteger a mulher repudiada, permitindo-lhe casar novamente sem ser acusada de adulterar (נָאַף – na’af ) .

Ou seja: o divórcio em Deuteronômio não era a vontade eterna de Deus , mas uma concessão jurídica para lidar com a dureza do coração humano (Mt 19:8).

Mateus 19:3-9 (NT grego): Cristo restaura o padrão original

Ao responder aos fariseus, Jesus não elimina a história de Israel, mas reorganiza a hierarquia da revelação :

  • Gênesis 2:24 : o princípio – casamento como aliança indissolúvel.
  • Deuteronômio 24 : a concessão – divórcio como medida de contenção do mal.
  • Mateus 19 : a restauração – somente a πορνεία (imoralidade sexual) corrompe a união a ponto de justificar a separação sem que resulte em μοιχεία .

O termo usado por Cristo é decisivo:

  • πορνεία (porneía) – abrange todas as formas de imoralidade sexual ilícita (1 Co 5:1; At 15:20).
  • Não é o mesmo que μοιχεία (moicheía) , adultério estritamente conjugal.

Assim, Jesus restringe drasticamente as possibilidades de dissolução do casamento: não é qualquer motivo (como defendia a escola de Hillel), nem mesmo apenas o adultério em si (μοιχεία), mas somente a degradação da aliança pela πορνεία.

A hermenêutica de Jesus: restrição, não ampliação

  • Não ampliou o divórcio para incluir novos motivos.
  • Restringiu severamente, colocando a exceção apenas na πορνεία.
  • Elevou o casamento ao status de aliança sagrada, reflexo da união de Cristo com a Igreja (Ef 5:31-32).

Por isso, a lógica de Jesus é clara:

  • Gênesis – modelo eterno da criação.
  • Deuteronômio – concessão temporária pela dureza humana.
  • Mateus 19 – restauração do ideal divino.

A lógica de Jesus em Mateus 19 é levar a discussão para além do legalismo dos fariseus e restaurar o padrão divino.

Em Gênesis 2:24 , vemos o princípio da criação: a união indissolúvel entre homem e mulher, selada por Deus.

Em Deuteronômio 24 , lemos a concessão temporária: o divórcio ( ἀποστάσιον , hebraico sefer keritút ) como mecanismo de proteção à mulher repudiada ( ἀπολύω ).

Em Mateus 19 , Cristo restaura o plano original, declarando que apenas a πορνεία (imoralidade sexual ampla) quebra a aliança de tal forma que a separação não resulta em μοιχεία (adultério).

Jesus não ampliou o divórcio, mas o restringiu drasticamente, mostrando que o casamento é uma aliança sagrada e não um contrato descartável.

Implicações pastorais e práticas

Depois de analisarmos os termos originais usados por Jesus em Mateus 19:3-9 — ἀπολύω (repúdio), ἀποστάσιον (divórcio), πορνεία (imoralidade sexual) e μοιχεία (adultério) —, é necessário descer da esfera exegética para a esfera pastoral.

A Palavra não foi dada apenas para ser estudada, mas para ser vivida (Tg 1:22).

O ensino de Cristo sobre casamento, repúdio e divórcio não é um exercício acadêmico, mas uma convocação para que a Igreja viva a santidade da aliança matrimonial.

Se Gênesis revela o ideal eterno da união de “uma só carne” (Gn 2:24), e Deuteronômio mostra a concessão feita por causa da dureza do coração (Dt 24:1), em Mateus 19 Jesus restaura o padrão original, chamando seus discípulos a ver o matrimônio como aliança sagrada e não como contrato descartável.

Portanto, ao tratarmos das implicações pastorais e práticas , precisamos reconhecer que este tema toca diretamente a vida dos casais na igreja, os aconselhamentos pastorais, e até mesmo a disciplina eclesiástica.

Mais do que regras frias, são princípios de vida que apontam para a fidelidade de Cristo com a sua Noiva (Ef 5:25-32).

O casamento é pacto de sangue

O casamento não é um simples contrato civil , mas uma aliança de sangue diante de Deus.

Em Gênesis 2:24 , a expressão hebraica וְהָיוּ לְבָשָׂר אֶחָד ( wə-hāyû leḇāśār ʾeḥād ) — “e serão uma só carne” — revela a fusão espiritual, emocional e física que só pode ser desfeita pela morte (Rm 7:2).

Em Malaquias 2:14 , Deus denuncia a infidelidade conjugal:

“O Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança (berit – בְּרִית).”

No grego do Novo Testamento, Paulo ecoa esse princípio:

“καὶ ἔσονται οἱ δύο εἰς σάρκα μίαν” (kai esontai hoi dýo eis sarka mían) — “e serão dois em uma só carne” (Ef 5:31).

Assim, o casamento é reflexo da aliança de Cristo com a Igreja (Ef 5:32), selado não por contrato humano, mas por compromisso espiritual diante de Deus.

O repúdio banal é pecado

Jesus condena o repúdio ( ἀπολύω – apolyō , “mandar embora, despedir”) por motivos fúteis. Em Mateus 5:32 , Ele declara:

“Qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de πορνεία, fá-la cometer adultério (μοιχεία).”

Ou seja, um repúdio sem fundamento legítimo não apenas expõe a mulher, mas torna o próprio homem culpado de adultério indireto , pois ele a lança em situação de pecado.

A etimologia hebraica em Malaquias 2:16 usa o verbo שָׁלַח ( shalach – mandar embora, despedir), para expressar o repúdio, texto em que o próprio Deus declara:

“Eu odeio o repúdio” (śānēʾ šaláḥ).

O divórcio não é plano de Deus

Em Mateus 19:8 , Jesus interpreta corretamente o espírito da lei mosaica:

“Por causa da dureza do vosso coração, Moisés vos permitiu repudiar (ἀπολύω) as vossas mulheres; mas no princípio não foi assim.”

A palavra grega σκληροκαρδία (sklērokardía) — dureza de coração — descreve não apenas obstinação, mas insensibilidade espiritual (Mc 10:5; Hb 3:8).

O divórcio ( ἀποστάσιον – apostásion , “livro de repúdio”), previsto em Deuteronômio 24:1 , foi uma concessão jurídica e não um ideal divino.

O propósito original sempre foi a permanência: “Aquilo que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19:6).

A cláusula da πορνεία

Jesus estabelece a cláusula de exceção em Mateus 19:9:

“Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de πορνεία, e casar com outra, comete μοιχεία.”

πορνεία (porneía) vem de pórnē (prostituta) e designa toda forma de imoralidade sexual ilícita — incluindo fornicação, incesto, prostituição cultual e uniões proibidas (At 15:20; 1 Co 5:1; Jd 7).

Diferente de μοιχεία (moicheía) , que se restringe ao adultério conjugal, πορνεία é um termo mais amplo que abrange toda profanação sexual que destrói a essência da aliança .

Por isso, somente nesse caso Jesus permite a dissolução sem que recaia sobre a parte inocente a acusação de adultério.

A restauração é sempre preferível

Mesmo quando há quebra da aliança por infidelidade, o Evangelho nos chama ao caminho da restauração.

O profeta Oséias é o maior exemplo: Deus ordena que ele volte a amar Gômer, apesar de sua prostituição (Os 3:1-3), como figura do amor inquebrável de Deus por Israel.

No Novo Testamento, Paulo ordena aos maridos:

“Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5:25).

Assim, a graça redentora tem poder para curar feridas conjugais, restaurar alianças quebradas e transformar histórias marcadas por μοιχεία em testemunhos de perdão e reconciliação.

O casamento é mais que contrato: é pacto de sangue (Gn 2:24; Ml 2:14), uma só carne diante de Deus, reflexo da aliança de Cristo com a Igreja.

O repúdio banal ( ἀπολύω ) é pecado (Mt 5:32), pois Deus odeia o repúdio ( shalach , Ml 2:16).

O divórcio ( ἀποστάσιον ) não é plano divino, mas concessão pela dureza do coração ( sklērokardía , Mt 19:8).

A cláusula da πορνεία delimita a única causa legítima para dissolução sem incorrer em μοιχεία , abrangendo imoralidades que destroem a essência da aliança (At 15:20; 1 Co 5:1).

Ainda assim, o caminho da graça é a restauração, como em Oséias 3:1-3, pois o amor sacrificial de Cristo (Ef 5:25) é modelo eterno para todo matrimônio.

Síntese doutrinária

Ao longo de Mateus 19:3-9, Jesus não apenas respondeu a uma armadilha dos fariseus, mas redefiniu os pilares do casamento à luz da revelação divina.

Os quatro termos principais usados no texto — ἀπολύω, ἀποστάσιον, πορνεία e μοιχεία — formam a estrutura doutrinária que precisamos compreender.

Repúdio (ἀπολύω) – despedir o cônjuge

O verbo ἀπολύω ( apolyō ) significa “soltar”, “mandar embora”, “despedir”. No contexto matrimonial, era o ato do marido dispensar a esposa sem necessariamente entregar o documento legal de divórcio.

  • Em Dt 24:1 LXX , esse termo aparece para descrever a prática de mandar a mulher embora.
  • Em Mt 1:19 , José, sendo justo, “quis repudiar ( ἀπολύω ) Maria em segredo”.
    Repudiar alguém sem fundamento legítimo é injustiça, pois Deus mesmo diz: “Eu odeio o repúdio” (Ml 2:16).

Divórcio (ἀποστάσιον) – documento legal da separação

O substantivo ἀποστάσιον ( apostásion ) significa “carta de separação”, tradução do hebraico סֵפֶר כְּרִיתֻת ( sefer keritút ) , literalmente “livro de corte” (Dt 24:1).

  • Era um ato jurídico que confirmava a dissolução conjugal, permitindo à mulher casar novamente.
  • Mas, para Jesus, esse documento não dissolvia a união diante de Deus, pois “o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19:6).
    O divórcio era uma concessão , não o ideal divino (Mt 19:8).

Prostituição (πορνεία) – imoralidade sexual ampla que invalida a aliança

A palavra πορνεία ( porneía ) , da raiz pórnē (“prostituta”), é usada na Septuaginta para traduzir זְנוּת ( zenut ) , imoralidade sexual ou prostituição.

  • Em Atos 15:20 , o Concílio de Jerusalém ordena aos gentios convertidos que se abstenham da πορνεία.
  • Em 1 Co 5:1 , Paulo denuncia o caso de incesto como πορνεία.
  • Em Judas 7 , Sodoma e Gomorra são descritas como cidades que se “entregaram à πορνεία”.

Assim, πορνεία é mais ampla que μοιχεία: abrange adultério, fornicação, incesto, prostituição e toda forma de desvio sexual ilícito. Por isso, Jesus declara que somente a πορνεία tem poder de quebrar o pacto conjugal de tal maneira que a separação não gera adultério para a parte inocente.

Adultério (μοιχεία) – consequência do repúdio e divórcio fora da exceção

A palavra μοιχεία ( moicheía ) vem de moichós (“adúltero”) e traduz o hebraico נָאַף ( na’af ) , usado no 7º mandamento: “Não adulterarás” (Êx 20:14).

  • Em Mt 5:27-28 , Jesus aprofunda o sentido: até o olhar impuro já é μοιχεία no coração.
  • Em Tg 2:11 , Tiago confirma: quem transgride o mandamento contra o adultério torna-se réu diante da Lei.

Portanto, Jesus ensina em Mateus 19:9 que:

  • Quem repudia ( ἀπολύω ) sua esposa, sem que haja πορνεία, e casa de novo, comete μοιχεία.
  • Quem casa com a repudiada, também comete μοιχεία.

Assim, a síntese doutrinária é clara:

  • 👉 Repúdio e divórcio sem πορνεία resultam em μοιχεία.
  • 👉 Mas quando há πορνεία, a parte inocente não é considerada adúltera ao contrair novo casamento.

Essa é a lógica de Jesus: restringir, e não ampliar; restaurar o padrão do Éden, e não legitimar a dureza do coração humano.

O casamento é, portanto, uma aliança sagrada (Gn 2:24; Ml 2:14; Ef 5:31-32), reflexo da fidelidade eterna de Cristo com a Sua Igreja.

Conclusão

O ensino de Jesus em Mateus 19:3-9 , quando interpretado à luz da Septuaginta (LXX) , revela com clareza a diferença entre a concessão legal tolerada por Moisés e o ideal eterno estabelecido por Deus no Éden.

Enquanto a lei mosaica reconheceu o divórcio como medida provisória diante da dureza do coração humano (Dt 24:1-4), Cristo reafirma que o propósito divino sempre foi a união indissolúvel de “uma só carne” (Gn 2:24; Mt 19:6).

Esse contraste nos chama a distinguir entre permissões temporárias e o padrão imutável da aliança matrimonial. Para aprofundar este tema, recomendo a leitura deste Refrigério Teológico: Repúdio e Divórcio.

No princípio, em Gênesis 2:24 , o Criador instituiu o casamento como união indissolúvel: וְהָיוּ לְבָשָׂר אֶחָד ( wə-hāyû leḇāśār ʾeḥād ) — “e serão uma só carne”.

O verbo hebraico דָּבַק (dāvaq) , “apegar-se, unir-se inseparavelmente”, traduzido na LXX como προσκολληθήσεται (proskollēthēsetai) , revela a intenção divina de uma adesão vitalícia, não de uma relação descartável.

No entanto, a concessão mosaica em Deuteronômio 24:1-3 , expressa pelo termo hebraico סֵפֶר כְּרִיתֻת (sefer keritút) — “livro de corte” — e traduzida como βιβλίον ἀποστασίου (biblion apostasiou) , mostra que o divórcio ( ἀποστάσιον ) foi permitido apenas por causa da σκληροκαρδία (sklērokardía) — dureza do coração humano (Mt 19:8).

Deus tolerou essa prática para limitar abusos, proteger a mulher repudiada e evitar injustiças maiores, mas nunca como expressão de Sua vontade perfeita.

Cristo, ao ser interpelado, não amplia a liberdade do divórcio, mas a restringe severamente.

Ele introduz a cláusula da πορνεία (porneía) — termo grego abrangente que inclui fornicação, incesto, prostituição e toda imoralidade sexual ilícita (At 15:20; 1 Co 5:1; Jd 7).

Apenas nesse caso extremo a aliança matrimonial é rompida de tal forma que a parte inocente não incorre em culpa.

Fora dessa exceção, todo novo casamento após repúdio ( ἀπολύω ) é classificado como μοιχεία (moicheía) — adultério —, tradução do hebraico נָאַף (na’af) , proibido no sétimo mandamento (Êx 20:14; Dt 5:18).

Portanto, podemos sintetizar:

  • O casamento não nasceu para terminar em divórcio ( ἀποστάσιον ).
  • O repúdio ( ἀπολύω ) não é direito, mas concessão diante da dureza humana.
  • Apenas a πορνεία rompe a aliança; fora disso, todo novo vínculo é μοιχεία.

Esse ensino coloca o matrimônio na categoria de aliança sagrada (berit – בְּרִית) , e não de contrato social.

É reflexo da união eterna de Cristo e a Igreja (Ef 5:31-32), onde a fidelidade do Noivo é modelo para os casais.

A palavra de Cristo continua ecoando como norma e consolo:

“ὃ οὖν ὁ Θεὸς συνέζευξεν, ἄνθρωπος μὴ χωριζέτω”
“O que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19:6).

O desafio da Igreja, portanto, é duplo:

  1. Pregar a regra — reafirmando a santidade do casamento e denunciando o pecado do repúdio banal e do divórcio fora da cláusula de exceção.
  2. Manifestar a graça — oferecendo perdão, cura e restauração aos que já falharam, lembrando que, assim como Oséias recebeu de volta Gômer (Os 3:1-3), Cristo continua a restaurar alianças quebradas, curar corações feridos e reconciliar pecadores.

Assim, a comunidade cristã é chamada a ser sinal profético: viver e proclamar que o casamento é mais que uma instituição social — é um reflexo da fidelidade eterna de Deus, uma aliança de sangue, sustentada não pela dureza do coração humano, mas pela graça transformadora do Evangelho.

Se este Refrigério Teológico sobre πορνεία e μοιχεία em Mateus 19:3-9 falou ao seu coração, não o guarde apenas para si.

Compartilhe esta mensagem — alguém próximo pode estar precisando exatamente desta direção para compreender o propósito divino do casamento, discernir os limites bíblicos do repúdio e do divórcio, e experimentar a graça que restaura alianças quebradas.

Você tem separado tempo para buscar, cumprir e ensinar (Ed 7:10) os princípios bíblicos do matrimônio, vivendo a fidelidade conjugal como reflexo da união indissolúvel entre Cristo e a Igreja?

Tem se permitido ser um instrumento de amor e esperança, ajudando seu cônjuge e sua família a permanecerem firmes na verdade da Palavra em meio às distorções da cultura moderna (Ef 5:31-32; Mt 19:6)?

Está disposto(a) a abandonar os modelos superficiais de relacionamento, para permanecer firme na santidade e liberdade que Cristo conquistou para nós (Hb 13:4; Gl 5:1; Cl 3:18-19)?

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