A parábola de Jotão
No livro de Juízes 9:6-21, temos uma parábola que foi contada por Jotão aos cidadãos de Siquém.
6 – Então se ajuntaram todos os cidadãos de Siquém, e toda a casa de Milo; e foram, e constituíram a Abimeleque rei, junto ao carvalho alto que está perto de Siquém.
7 – E, dizendo-o a Jotão, foi e pôs-se no cume do monte de Gerizim, e levantou a sua voz, e clamou e disse-lhes: Ouvi-me, cidadãos de Siquém, e Deus vos ouvirá a vós;
8 – Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós.
9 – Porém a oliveira lhes disse: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores?
10 – Então disseram as árvores à figueira: Vem tu, e reina sobre nós.
11 – Porém a figueira lhes disse: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, e iria pairar sobre as árvores?
12 – Então disseram as árvores à videira: Vem tu, e reina sobre nós.
13 – Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores?
14 – Então todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, e reina sobre nós.
15 – E disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano.
16 – Agora, pois, se é que em verdade e sinceridade agistes, fazendo rei a Abimeleque, e se bem fizestes para com Jerubaal e para com a sua casa, e se com ele usastes conforme ao merecimento das suas mãos
17 – (Porque meu pai pelejou por vós, e desprezou a sua vida, e vos livrou da mão dos midianitas;
18 – Porém vós hoje vos levantastes contra a casa de meu pai, e matastes a seus filhos, setenta homens, sobre uma pedra; e a Abimeleque, filho da sua serva, fizestes reinar sobre os cidadãos de Siquém, porque é vosso irmão);
19 – Pois, se em verdade e sinceridade usastes com Jerubaal e com a sua casa hoje, alegrai-vos com Abimeleque, e também ele se alegre convosco.
20 – Mas, se não, saia fogo de Abimeleque, e consuma aos cidadãos de Siquém, e a casa de Milo; e saia fogo dos cidadãos de Siquém, e da casa de Milo, que consuma a Abimeleque.
21 – Então partiu Jotão, e fugiu e foi para Beer; e ali habitou por medo de Abimeleque, seu irmão.
Olá, graça e paz, aqui é o seu irmão em Cristo, Pr. Francisco Miranda do Teologia24horas, que essa “paz que excede todo entendimento, que é Cristo Jesus, seja o árbitro em nosso coração, nesse dia que se chama hoje…” (Fl 4:7; Cl 3:15).
Segundo Jotão, as árvores resolveram eleger um rei e para tanto indicaram a oliveira, que recusou a honraria sob o pretexto de que não poderia deixar a sua função de alegrar os homens e honrar os deuses com o seu óleo precioso.
Mediante tal recusa, as árvores então indicaram a figueira para governá-las, mas esta também recusou o cargo porque teria que renunciar à missão de proporcionar aos homens a doçura de seu fruto.
Houve nova tentativa, desta vez com a videira, a qual, por sua vez, alegou não poder aceitar, pois tinha a importantíssima tarefa de dar o seu vinho, que alegra os homens e os deuses.
As árvores, porém, não desistiram de encontrar um rei e lançaram sua proposta ao espinheiro, o qual aceitou ser rei com a condição de que as árvores se colocassem debaixo da sua sombra, caso contrário dele sairia fogo que as consumiria.
Trata-se de uma ironia, pois sendo o espinheiro uma árvore rasteira, não produzia sombra nenhuma, mas quando seco tornava-se um excelente combustível para incêndios que devoravam florestas como as do Líbano, com seus famosos cedros.
Jotão era o filho mais novo de Gideão e havia escapado da chacina liderada por Abimeleque, seu meio-irmão, na qual pereceram todos os outros filhos de Gideão, em número de setenta.
Ainda em vida Gideão recusara-se a governar Israel e nem quisera indicar nenhum de seus filhos para fazê-lo, apesar da insistência do povo.
Após a morte de Gideão, Abimeleque, um sujeito desqualificado, apresentou-se como o melhor candidato a ser rei de Siquém, apresentando como credenciais apenas o fato de ser filho de Gideão com uma concubina daquela cidade e o fato de ser concidadão dos seus moradores.
Seus intermediários nesse pleito foram os seus parentes siquemitas, os quais foram bem-sucedidos na campanha.
Eleito rei, Abimeleque imediatamente apossou-se do tesouro público e com o dinheiro contratou uma quadrilha para ir até Ofra, onde moravam os demais filhos de Gideão, seus irmãos, executar a chacina acima mencionada, da qual Jotão salvou-se por ter-se escondido.
Jotão então subiu ao monte Gerizim, ao pé do qual ficava a cidade de Siquém, e proferiu a fábula que já descrevemos.
Concluindo seu discurso, Jotão disse aos siquemitas: Se o que vocês fizeram foi sincero e honesto, sejam felizes com Abimeleque e seja ele feliz com vocês, mas se não, que dele saia fogo e queime vocês, e de vocês saia fogo e o queime.
Não deu outra!
Passados três anos, o povo de Siquém, por motivos óbvios, rebelou-se contra Abimeleque, o qual com seu exército de bandidos cercou a cidade e matou todo mundo, sendo que os líderes, coincidentemente, foram queimados vivos numa fortaleza na qual se refugiaram.
Dali Abimeleque foi para Tebes, outra cidade rebelada, nas cercanias de Siquém, mas lá, quando se preparava para incendiar outra fortaleza, foi atingido por uma pesada pedra atirada do alto da torre por uma mulher.
Para que não fosse dito que teria sido morto por uma mulher, Abimeleque pediu que um soldado acabasse de matá-lo com sua espada. E assim cumpriu-se a palavra de Jotão.
As lições da parábola de Jotão são muito úteis para o momento que vivemos em nosso país, em que se discute a honestidade daqueles que foram eleitos para os milhares de cargos públicos existentes em nosso sistema político.
A primeira lição é que as más escolhas sempre acabam em desastre.
Em matéria de administração pública tudo que começa errado sempre vai dar errado.
Se elegermos um candidato desqualificado ou corrupto, sua atuação/administração tem todas as probabilidades de tornar-se um fiasco, um desastre, com prejuízos às vezes irreparáveis.
A segunda lição é que não devemos escolher um candidato simplesmente pelo fato de ser amigo, parente, vizinho, irmão em Cristo, ou por qualquer outra relação de afinidade, mas pelas suas aptidões para exercer a função.
Um bom amigo, parente ou vizinho nunca será um bom administrador público se não tiver qualificações para tanto.
A terceira lição é que não devemos escolher um candidato de caráter duvidoso. Se há dúvidas sobre sua honestidade e sinceridade não vote.
Às vezes o procedimento do candidato é claramente duvidoso, pelo uso que faz da coisa pública, pelas pessoas com quem se relaciona, pelas pessoas que contribuem para a sua campanha, pelas alianças políticas que faz, pela sua vida pregressa, etc.
A quarta e última lição é que as más escolhas quase sempre acontecem por causa da nossa omissão.
“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… O que me preocupa é o silêncio dos bons” Martin Luther King.
Com a frase acima, quero pedir licença a você para tratarmos de um tema muito importante, que é sobre o exercício da nossa cidadania.
Pois bem, a cada dia que passa, estamos vendo o Brasil se tornando menos parecido com o Brasil que acreditamos, e desejamos para a nossa família, nossos filhos e netos…
Infelizmente hoje o Brasil está mais corrupto, mais conivente, menos movido pelo mérito, com problemas cada vez mais graves em relação a nossa história, nossa cultura, a questão social nem se fala, a nossa economia está um verdadeiro caos, a violência crescente, as catástrofes naturais sem precedentes, as pragas manifestadas por epidemias e doenças que há pouco tempo nem se conhecia e tantas outras realidades que afetam tragicamente a vida dos brasileiros, e principalmente a nossa questão política, sem deixar de lado a religião, que reflete a presente época e, ao mesmo tempo, tudo isso exerce influência sobre toda sociedade, inclusive nós evangélicos.
Estamos vivendo uma crise de valores, uma violência crescente, estamos vendo as entranhas da nossa classe política e da justiça, mas isso é só uma tênue amostra do que, de fato, é a ética e a moral do nosso povo.
Sim, do nosso povo, pois a desonestidade indecente e a injustiça não é marca apenas dos políticos e dos magistrados, mas de grande parte de nossa população, incluindo, pobres, ricos, cultos, indoutos, descrentes e infelizmente evangélicos, que não denotam mais o “compromisso de andar” como Jesus Cristo andou.
Cristão é um adjetivo dado àqueles que seguem as ideias de Cristo. Em se tratando de “direita” e “esquerda”, ou seja, termos que identificam posições políticas e ideológicas, não consigo compreender como alguém que diz ser cristão e ser de esquerda.
Os cristãos não devem se comprometer com a agenda esquerdista, porque o socialismo tem uma cosmovisão conflitante com a fé cristã.
A esquerda histórica é radicalmente materialista, vê o mal somente nas estruturas econômicas e sociais, propõe como meio de redenção a transformação, mesmo que traumática, da sociedade. Isso vai contra tudo o que o cristianismo bíblico e histórico tem aceito ao longo dos séculos.
Do ponto de vista cristão, o socialismo subestima a tendência do ser humano para o egocentrismo, para a sede de poder, para a autoglorificação, como se vê em tantos líderes e movimentos dessa corrente.
Outra razão pela qual os cristãos devem ser cautelosos em assumir compromissos com a esquerda tem a ver com a ética, com os valores.
As ideologias de esquerda são notórias por seu relativismo moral (“os fins justificam os meios”), um bom exemplo é o Brasil atual, no qual o partido dominante convive placidamente com a corrupção em nome da “governabilidade” faz aliança com políticos de pior reputação da cidade, do estado e do país.
Rejeitar a esquerda não significa adotar a posição simplista de que basta converter os indivíduos e os problemas sociais serão automaticamente resolvidos.
É importante o envolvimento dos cristãos na luta pela justiça social, pela melhor distribuição de renda, pelo combate à miséria, à exclusão e à exploração, contanto que isso seja feito a partir de pressupostos bíblicos e não ditados por qualquer ideologia política.
Se para nós tanto faz quem seja eleito, porque nada vai mudar mesmo, se para nós política é uma coisa suja, na qual não devemos nos envolver, então nunca teremos bons candidatos nem nos interessaremos em elegê-los.
Estou convicto de que as eleições constituem uma excelente oportunidade para o exercício público de nossa fé que, vista na perspectiva da cidadania, se constitui em fé cidadã.
Que a parábola de Jotão nos leve a meditar sobre isso, e então fazermos sempre boas escolhas na hora de votar.
Você precisa conhecer a história de vida e pensamento de seu candidato, e principalmente o partido que ele(a) está filiado, por que o mandato não é do candidato, e sim do partido político, se você não sabe, a maioria dos partidos mudaram de nome para driblar desgaste com a crise da representação política no Brasil, mas suas ideologias continuam as mesmas.
Não creio que o reino de Deus será promovido através da política, sei também que o mundo jaz no maligno, na verdade o mundo é um lugar de trevas e, na sua essência, se opõe contra Deus.
Todavia ainda assim a Bíblia nos estimula a lutar contra o mal e desfazer as obras do diabo, ou seja, enquanto estivermos aqui devemos ser sal e luz.
No próximo domingo, dia 27 de outubro, pela ocasião do segundo turno das eleições no Brasil, exerça o seu direito de votar, não seja induzido pela propaganda de boca de urna.
Saia de casa com o número do candidato em quem você vai votar e faça isso de maneira que os interesses do reino estejam acima das suas preferências pessoais.
Ore a Deus. Exerça sua cidadania. Vote consciente. Vote certo.
Espero que esse Refrigério Teológico, possa beneficiar no seu crescimento espiritual, peço que faça suas considerações/comentários, compartilhe esse artigo em suas redes sociais, converse com o seu cônjuge, seus filhos, seus irmãos e amigos sobre esse assunto.
Não sei se você é uma dessas pessoas que têm dificuldades de entender a Bíblia. Eu já fui e sofri muito!
Mas não me dei por vencido, não me deixei ser derrotado pelas circunstâncias e muito menos pelas adversidades.
E você, como anda sua leitura da Bíblia? Seu entendimento? Você tem se dedicado a aprender mais da Palavra de Deus?
Que tal melhorar nessa área da sua vida espiritual, aprendendo a entender assuntos da Bíblia de forma simples e rápida, ajudado por quem já superou as mesmas dificuldades que você enfrenta?
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