Chamado por Deus: O ministério não é seu, você é do ministério

Ministério

O ministério é frequentemente visto como algo que o líder “possui”, uma responsabilidade que ele administra conforme sua própria visão e decisões.

No entanto, a Bíblia apresenta uma visão completamente diferente: os ministros não possuem ministérios, mas são dados ao ministério por Deus.

Essa compreensão transforma radicalmente nossa abordagem sobre a liderança e a obra de Deus.

Quando entendemos que “temos um ministério”, corremos o risco de tratá-lo como uma propriedade, onde decidimos suas direções de acordo com nossos próprios interesses e preferências.

Porém, a verdadeira perspectiva bíblica nos leva a um lugar de humildade e obediência, onde reconhecemos que fomos dados ao ministério para cumprir a vontade de Deus.

Isso nos torna mordomos da graça divina, responsáveis por administrar aquilo que não nos pertence, mas que Deus nos confiou.

Esta mudança de entendimento é essencial para a saúde espiritual da Igreja e para a frutificação do ministério.

Quando vivemos sob a direção de Deus e não de nossos próprios impulsos, nos tornamos mais eficazes em cumprir Sua missão e mais fiéis em servir à Sua Igreja.

Neste Refrigério Teológico, exploraremos como a verdadeira submissão ao ministério de Deus é a chave para uma liderança frutífera, onde a obediência à Sua vontade é o fundamento para a edificação do Corpo de Cristo.

Olá, graça e paz, aqui é o seu irmão em Cristo, Pr. Francisco Miranda do Teologia24horas, que essa “paz que excede todo entendimento, que é Cristo Jesus, seja o árbitro em nosso coração, nesse dia que se chama hoje…” (Fl 4:7; Cl 3:15).

O ministério como dom de Deus

Efésios 4:11 nos ensina que Cristo “deu” os ministros à Igreja. Isso significa que os chamados não são donos do ministério, mas dons entregues por Deus para edificação do Corpo de Cristo.

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.” (Efésios 4:11, ACF)

A diferença entre ter um ministério e ser entregue ao ministério é crucial:

  • Quem “tem um ministério” pode agir como proprietário, tomando decisões com base em preferências pessoais.
  • Quem “foi dado ao ministério” age como servo, compreendendo que sua vida pertence a Deus e que sua missão é cumprir a vontade d’Ele.

Efésios 4:11 é um dos textos mais fundamentais para entender a estrutura ministerial estabelecida por Cristo na Igreja.

Neste texto, Paulo destaca que Cristo foi quem deu os ministros à Igreja, e não os homens que tomaram para si esses títulos ou funções.

A palavra “deu” é chave para compreendermos a soberania divina no estabelecimento do ministério, pois está relacionada ao dom de Deus que é dado aos homens para edificação do Corpo de Cristo.

Etimologia da palavra “deu” (Grego: δίδωμι – “dídōmi”)

A palavra grega usada em Efésios 4:11 para “deu” é δίδωμι (dídōmi), que tem o significado de “dar”, “entregar” ou “conceder” algo a alguém, sendo sempre um ato de generosidade e iniciativa de quem dá.

Isso implica que o ministério não é algo que o ser humano toma por si mesmo, mas algo que Deus dá com um propósito específico: a edificação da Igreja.

O uso de δίδωμι (dídōmi) no Novo Testamento enfatiza que o ministério, os dons espirituais e as funções dentro da Igreja são presentes dados por Deus e não direitos conquistados pelo homem.

O ministério como dom de Deus

A palavra “dom” (grego: δώρημα, dṓrēma), que aparece em várias passagens que tratam de dons espirituais (por exemplo, 1 Coríntios 12:4-11), sugere que, assim como os dons espirituais, os ministros são dados à Igreja como presentes de Deus.

Cristo não delega o ministério para que o ser humano o possua, mas entrega esses ministérios como instrumentos para o cumprimento da Sua vontade na terra.

A passagem de Efésios 4:11 descreve Cristo como o doador, e a Igreja como o recebedor.

Portanto, a pessoa que recebe o chamado para o ministério deve ter uma postura de servo, pois o ministério não pertence a ele, mas à obra de Deus.

Ao aceitar esse chamado, o ministro não deve assumir o papel de proprietário de sua função, mas deve se submeter à vontade de Deus, reconhecendo que a autoridade do ministério vem do próprio Cristo.

A diferença entre “ter um ministério” e “ser dado ao ministério”

O termo “ter” um ministério implica uma postura de posse, ou seja, quando alguém diz que tem um ministério, pode, sem querer, cair na tentação de agir como proprietário do chamado.

Essa ideia de posse pode conduzir a atitudes como autoritarismo, controle, orgulho e desvio do propósito divino.

O ministro pode começar a agir conforme suas próprias vontades e estratégias, em vez de se submeter à soberania de Deus.

Por outro lado, a expressão “ser dado ao ministério” carrega a ideia de submissão e humildade.

A pessoa que foi dada ao ministério entende que sua vida não é mais sua, mas pertence ao Senhor.

Isso reflete a postura de servo, onde a missão é cumprida conforme a orientação de Deus e com um coração voltado para a edificação da Igreja.

O ministro, ao ser entregue a um ministério, reconhece que o ministério é para servir, não para ser servido, refletindo as palavras de Jesus em Mateus 20:28:

“O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir…” (Mateus 20:28, ACF).

A diferença aqui é clara: quem é dado ao ministério não se vê como líder absoluto, mas como colaborador da obra divina.

Exemplos bíblicos de servos que foram dados ao ministério

A Bíblia está repleta de exemplos de homens e mulheres que foram dados ao ministério e viveram em total dependência e submissão à vontade de Deus:

  • Moisés: Quando Deus o chamou para libertar os israelitas da escravidão no Egito, Moisés inicialmente não queria aceitar o chamado, pois ele reconhecia sua inadequação e a responsabilidade do ministério. Ele não considerava o ministério como algo que possuía, mas algo dado por Deus.
    • “Quem sou eu, para ir a Faraó e tirar os filhos de Israel do Egito?” (Êxodo 3:11, ACF).
    A atitude de Moisés reflete humildade e a compreensão de que ele não possuía o ministério, mas foi escolhido por Deus para cumprir um propósito maior.
  • Paulo: O apóstolo Paulo entendia claramente que o ministério não era algo que ele possuía, mas que havia sido dado a ele por Deus. Em várias de suas cartas, ele se descreve como servo de Cristo, submisso à vontade divina. Ele escrevia com frequência que sua vida e seu ministério estavam em total dedicação ao Senhor.
    • “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus.” (Romanos 1:1, ACF).
    Paulo não se via como proprietário do ministério, mas como mordomo da graça de Deus, responsável por administrar o evangelho conforme a vontade de Cristo.

Aplicação prática para os ministros de hoje

Essa compreensão do ministério como dom de Deus, e não como posse pessoal, deve influenciar diretamente a maneira como os ministros conduzem suas vidas e lideram a Igreja.

A responsabilidade de quem foi chamado para o ministério é grande, pois ele deve se submeter à direção de Cristo e não se exaltar ou assumir controle próprio.

A verdadeira liderança cristã é marcada pela humildade, servidão e submissão à vontade de Deus.

Os ministros devem compreender que sua autoridade no ministério não vem de sua própria competência ou escolha, mas do chamado divino.

A liderança cristã é sempre servidora, pois é Cristo quem dá os ministros à Igreja, e não os próprios ministros que tomam o ministério como algo para usufruir.

Efésios 4:11 ensina que Cristo deu os ministros à Igreja, não como algo que o ser humano possui, mas como dons dados por Deus para a edificação do Corpo de Cristo.

A diferença entre ter um ministério e ser dado ao ministério é crucial para a saúde espiritual e o bom andamento da Igreja.

Quem é dado ao ministério age como servo, com humildade, submetendo-se à vontade de Deus, enquanto quem tem um ministério pode cair na tentação de agir de forma autônoma, desconsiderando o propósito divino.

O verdadeiro ministro é aquele que compreende que o ministério é um dom dado por Deus e que sua missão é cumprir a vontade divina com obediência e fé.

O perigo da autonomia ministerial

O conceito de autonomia ministerial — a ideia de que o ministro tem o direito de governar ou administrar seu ministério sem a plena submissão à autoridade de Deus — é um tema profundo e perigoso.

A autonomia, em muitos casos, é vista como um risco à verdadeira liderança cristã, pois a obra ministerial é dada por Deus e deve ser realizada conforme Sua vontade e não conforme os próprios desejos ou estratégias do líder.

O exemplo de Saul, o primeiro rei de Israel, é um caso clássico de autonomia ministerial que trouxe consequências trágicas não apenas para ele, mas para toda a nação de Israel.

Saul começou bem, escolhido por Deus, mas sua história foi marcada pela transgressão e pela tentativa de controlar aquilo que não lhe pertencia.

Vamos explorar este conceito com mais profundidade, focando na história de Saul e nas lições que podem ser aplicadas à liderança ministerial de hoje.

Saul: Um exemplo de autonomia ministerial mal sucedida

No início de sua jornada, Saul foi escolhido por Deus para governar Israel.

O próprio Deus indicou Saul como o líder de Sua nação:

“E o Senhor disse a Samuel: Eis que já tenho provido para mim um rei entre os filhos de Jessé.” (1 Samuel 16:1, ACF)

Quando Saul recebeu a unção para governar, ele foi investido de autoridade divina, mas essa autoridade não era sua — ela pertencia a Deus.

Saul deveria ser um instrumento de Deus para guiar o povo de Israel, obedecendo às direções divinas, sendo um mordomo da vontade de Deus.

No entanto, quando enfrentou o desafio da guerra contra os filisteus, Saul cometeu um erro grave ao agir conforme seus próprios desejos, desobedecendo à ordem dada por Deus através do profeta Samuel.

Em 1 Samuel 15:1-23, Deus ordenou que Saul destruísse completamente os amalequitas, incluindo suas riquezas, mas Saul poupou o melhor dos rebanhos e fez sacrifícios em um altar — uma ação que ele acreditava ser justificada.

Deus, porém, rejeitou esse sacrifício, porque a obediência é superior ao sacrifício, e o que Saul fez foi uma tentativa de governar o ministério e o reino segundo sua própria lógica, desconsiderando a autoridade de Deus.

A definição de “autonomia ministerial”

Quando falo de autonomia ministerial, nos referimos à atitude de um ministro ou líder que age como se o ministério fosse uma posse pessoal ou algo que pode ser moldado de acordo com sua própria vontade.

Autonomia ministerial é a tentativa de governar ou gerenciar o ministério sem uma total submissão a Deus, baseando decisões e ações no que considera certo ou conveniente.

Saul representou o tipo de líder que, em sua autonomia, começou a agir por conta própria, acreditando que sua interpretação de como servir a Deus era mais importante do que a obediência direta a Ele.

Essa atitude de Saul foi claramente reprovada por Deus, como nos mostra o versículo em 1 Samuel 15:22:

“Porém Samuel disse a Saul: Obedecer é melhor do que o sacrificar; e atender, melhor é do que a gordura de carneiros.” (1 Samuel 15:22, ACF)

Essa resposta de Samuel é uma repreensão direta à atitude de Saul, mostrando que Deus não se agrada de sacrifícios ou atos religiosos que não sejam acompanhados de verdadeira obediência.

Deus exige que Seus ministros ajam com fidelidade à Sua palavra e direções, não de forma independente ou de acordo com os próprios critérios humanos.

As consequências da autonomia ministerial

A história de Saul não termina apenas com uma repreensão; ela traz consigo consequências sérias e irreversíveis.

Quando Saul agiu segundo sua própria vontade, ele não só desobedeceu a Deus, mas também abriu um precedente perigoso para sua liderança.

Ele perdeu a unção de Deus e, mais importante, a direção divina para governar o povo de Israel.

Em 1 Samuel 15:23, Samuel declara que:

“Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e o culto a ídolos.” (1 Samuel 15:23, ACF)

A autonomia ministerial, quando leva à rebelião contra a vontade de Deus, é comparada ao pecado grave de feitiçaria e idolatria, indicando a seriedade da desobediência.

Saul perdeu o direito de governar, e sua linhagem foi rejeitada como sucessora do trono de Israel.

O perigo de tratar o ministério como propriedade pessoal

O ministério que Deus estabelece na Igreja não é propriedade de ninguém.

Quando ministros e líderes se veem como donos do ministério, caem na tentação de agir conforme suas próprias vontades.

Isso pode levar a uma série de erros e distorções na administração da obra de Deus, como:

  • Falta de submissão à direção divina: O líder deixa de ouvir e obedecer à orientação do Espírito Santo, fazendo escolhas baseadas no que é conveniente ou popular, em vez de obedecer à Palavra de Deus.
  • Exaltação pessoal: Ao se ver como “dono” do ministério, o líder pode começar a buscar a própria glória e reconhecimento, afastando-se da humildade e servidão que deveriam caracterizar sua liderança.
  • Controle autoritário: Em vez de ser um servo, o líder pode se tornar um tirano, impondo sua vontade ao invés de servir ao povo de Deus.
  • Distanciamento da missão principal: Quando o ministério é visto como propriedade, a missão de edificar o Corpo de Cristo pode ser distorcida, transformando o ministério em algo egoísta ou utilitário.

A obediência como base da liderança ministerial

A lição que aprendemos com Saul é que a verdadeira liderança ministerial se baseia na obediência a Deus, e não na autonomia ou no controle.

O ministério pertence a Deus e deve ser realizado de acordo com Sua vontade, não com as preferências pessoais ou estratégias humanas.

Em 1 Samuel 15:22, Samuel reafirma a importância de obedecer a Deus, mais do que oferecer sacrifícios ou seguir rituais religiosos.

A obediência sincera ao Senhor é o que Ele realmente valoriza e exige de Seus ministros.

  • Líderes verdadeiramente comprometidos com Deus não agem de forma independente, mas buscam sempre a orientação divina, sendo humildes e servos.
  • A liderança ministerial deve ser marcada pela dependência de Deus e pela submissão à Sua palavra, buscando sempre cumprir Sua vontade e não a vontade própria.

O exemplo de Saul nos serve como um alerta sobre o perigo de tratar o ministério como algo pessoal e autossuficiente.

O ministério que Deus confia aos Seus servos não é para ser gerido de forma independente, mas deve ser exercido com humildade, dependência e obediência à Sua vontade.

A liderança verdadeira é aquela que se submete a Cristo, o autor e consumador da nossa fé, reconhecendo que somos apenas instrumentos em Suas mãos, chamados para cumprir Sua missão.

Ao refletirmos sobre o erro de Saul, somos exortados a não cair na tentação da autonomia ministerial, mas a viver como servos fiéis, sempre atentos ao chamado divino, para que possamos conduzir a Igreja de acordo com a vontade de Deus, e não segundo nossos próprios desejos ou interesses.

Submissão ao chamado: A chave para frutificar

A submissão ao chamado é uma das chaves mais importantes para que um ministro frutifique de acordo com o propósito de Deus.

A partir da experiência do apóstolo Paulo, podemos aprender muito sobre o significado de ser separado para o ministério, em vez de escolher o ministério de forma autônoma.

Em Romanos 1:1, Paulo escreve:

“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus.” (Romanos 1:1, ACF)

A declaração de Paulo contém uma profundidade teológica que reflete a verdadeira compreensão de submissão ao chamado.

Ele não se vê como alguém que tomou para si o ministério, mas como alguém que foi chamado e separado por Deus para cumprir uma missão específica.

Essa perspectiva é fundamental para a vida de qualquer ministro genuíno.

Vamos explorar esse texto mais a fundo, a partir do ponto de vista da submissão ao chamado e como isso leva à frutificação no ministério.

“Não escolhi meu ministério, mas fui separado para ele”

Paulo, ao se identificar como “servo de Jesus Cristo”, reflete uma atitude de humildade absoluta diante do chamado de Deus.

Ele não via o ministério como uma opção que ele tinha escolhido, mas como algo que lhe foi dado por Deus.

A ideia de ser separado para o ministério transmite que ele foi designado, e não que se apropriou de algo para si mesmo.

Essa é a primeira lição que um ministro deve aprender: o ministério não é algo que escolhemos ou decidimos de maneira independente.

A escolha de Deus sobre quem serve e para qual ministério serve está na soberania divina.

O ministro, portanto, deve viver com a consciência de que sua vida e missão pertencem ao Senhor, não a ele mesmo.

Quando Paulo usa o termo “separado”, ele faz referência a um ato divino, onde Deus escolhe alguém para um propósito específico, como nos explica o grego da palavra ἀφορίσαι (aphorísai), que implica em um chamado e dedicação exclusivos para a obra de Deus.

Este ato de separação é mais do que um simples cargo; é um compromisso divino, onde o ministro se torna instrumento de Deus, não para sua própria promoção, mas para a edificação do Corpo de Cristo.

Seguir a direção do Espírito Santo, não nossas próprias inclinações

O verdadeiro ministro é aquele que submete sua vontade à direção do Espírito Santo, e não aos seus próprios desejos ou inclinações.

Isso reflete a obediência à voz de Deus, que nos guia em todos os momentos de nossa caminhada ministerial.

Paulo, em sua jornada, ilustrou isso ao não agir de acordo com seu próprio entendimento, mas sendo conduzido pelo Espírito.

Em Atos 16:6-7, vemos um exemplo claro dessa dependência:

“E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a Palavra na Ásia; e, quando chegaram à Misia, tentaram ir à Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho permitiu.” (Atos 16:6-7, ACF)

Mesmo tendo boas intenções de expandir o Evangelho, Paulo não agiu segundo sua vontade pessoal, mas permitiu que o Espírito Santo o guiasse em cada passo.

Ele sabia que a obra não era sua, mas de Deus, e por isso sua missão era ser mordomo do que Deus lhe confiava.

Este exemplo nos ensina que a verdadeira submissão ao chamado ministerial é caracterizada pela sensibilidade à direção divina, e a disposição para seguir as orientações do Espírito, mesmo quando essas direções nos tiram de nossos próprios planos.

Submissão à Palavra: Reconhecendo o propósito maior

Paulo não apenas seguia a direção do Espírito Santo, mas também se submetia à Palavra de Deus, reconhecendo que seu chamado tinha um propósito maior do que sua própria vontade.

Ele entendia que sua missão era para a edificação do Corpo de Cristo, e não para autopromoção ou glória pessoal.

Em 1 Coríntios 9:16, ele faz uma declaração poderosa sobre sua visão do ministério:

“Porque, se anuncio o Evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta esta obrigação; e ai de mim, se não anunciar o Evangelho!” (1 Coríntios 9:16, ACF)

A obediência à Palavra de Deus envolve mais do que uma adesão intelectual aos princípios divinos; ela implica em uma vida prática de subordinação à Escritura, em que o ministro vive e prega a Palavra com temor e reverência.

O verdadeiro ministro é aquele que, mesmo em meio a dificuldades, não busca sua própria glória, mas a glória de Deus, cumprindo o propósito do chamado divino.

O propósito maior do chamado de um ministro é a edificação da Igreja, e isso não pode ser confundido com a busca por fama ou reconhecimento.

Quando Paulo fala sobre ser “separado para o evangelho de Deus”, ele está afirmando que seu ministério não era para sua glória pessoal, mas para propagar o Evangelho e edificar o Corpo de Cristo.

Trabalhar para a edificação do corpo de Cristo, não para autopromoção

A autopromoção é um grande perigo para qualquer líder, especialmente no ministério.

Ao longo da história da Igreja, muitos ministros se perderam, seja pelo desejo de poder, riqueza ou reconhecimento pessoal.

No entanto, o verdadeiro líder é aquele que trabalha para a edificação do Corpo de Cristo.

Paulo tinha uma visão muito clara disso, em Efésios 4:12, ele afirma que os ministros foram dados à Igreja para:

“A fim de aperfeiçoar os santos para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo.” (Efésios 4:12, ACF)

O ministro, portanto, não é o centro da atenção, mas um instrumento nas mãos de Deus para que a Igreja cresça espiritualmente.

Quando a motivação para o ministério é a autopromoção, o foco se desvia de Cristo e da edificação da Igreja, passando a ser centrado em si mesmo. Isso não só prejudica a missão, mas também impede o frutificar do ministério.

O ministro submisso vive com temor, obediência e humildade

Quem reconhece que foi dado ao ministério — e não que tem um ministério — vive com uma postura diferente.

Essa pessoa entende que sua vida não lhe pertence, mas é uma obrigação divina, e que ele prestará contas a Deus.

Esse entendimento gera em quem está no ministério um temor reverente, uma obediência radical e uma humildade inabalável.

Paulo fala sobre isso em 1 Coríntios 4:2:

“Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel.” (1 Coríntios 4:2, ACF)

A fidelidade ao chamado de Deus, com um coração disposto a obedecer, submeter-se à Sua Palavra e trabalhar para a edificação da Igreja, é o que distingue o verdadeiro ministro daquele que busca sua própria glória.

A submissão ao chamado é a chave para frutificar, porque ela nos mantém dependentes de Deus e focados no Seu propósito, não nos nossos próprios desejos ou estratégias.

O verdadeiro ministro reconhece que foi separado por Deus para um propósito maior do que sua própria vida, e se dedica com humildade e obediência a esse chamado.

Ele vive para edificar o Corpo de Cristo, e não para se promover ou buscar glória pessoal.

Quando o ministro se submete totalmente a Deus e à Sua Palavra, o fruto de seu trabalho será para a glória de Deus e para a edificação do Seu povo.

Conclusão

O ministério não é uma posse do ministro, mas um chamado de Deus. Quando Deus nos dá para o ministério, Ele governa nossas vidas e direciona nossa missão. O verdadeiro ministro não age como proprietário do ministério, mas como servo de Cristo, submisso à vontade de Deus. Essa perspectiva é crucial para a verdadeira frutificação no ministério.

A diferença entre gerir o ministério e ser dado ao ministério é fundamental. Se tratarmos o ministério como algo que possuímos, podemos cair na tentação de agir segundo nossa própria lógica e vontades. Mas quando entendemos que Deus nos deu para o ministério, nossa atitude se torna de submissão e humildade, permitindo que Deus guie nossa missão.

O verdadeiro ministro é aquele que vive para obedecer, servir e edificar a Igreja de Cristo. Ele não busca autopromoção ou reconhecimento, mas dedica sua vida ao serviço de Deus e ao fortalecimento do Corpo de Cristo. Seu propósito é cumprir a missão dada por Deus, com total dependência e fidelidade.

A reflexão sobre se estamos gerindo nosso ministério ou permitindo que Deus gerencie nossa vida dentro do chamado é essencial. Quem permite que Deus gerencie sua vida vive com temor e reverência, sabendo que prestará contas a Ele por cada decisão tomada no ministério.

Em última análise, a submissão ao chamado é a chave para que o ministério seja verdadeiramente frutífero. O ministro que se submete à vontade de Deus será fiel ao chamado, edificando a Igreja e cumprindo o propósito divino para sua vida.

Espero que este Refrigério Teológico tenha edificado sua vida espiritual!

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