Cronologia da Paixão de Cristo: Por que Jesus morreu na quarta-feira e não na sexta?

Paixão de Cristo

Durante gerações, milhões de cristãos aceitaram sem questionar a ideia de que Jesus foi crucificado numa sexta-feira, tradição esta conhecida como “Sexta-feira Santa”.

A afirmação “Jesus morreu na sexta-feira” tornou-se um consenso aparente, repetido com naturalidade nos púlpitos, nas liturgias e nas celebrações pascais ao redor do mundo.

No entanto, ao confrontarmos essa tradição com as Escrituras Sagradas, surge um sério conflito: como conciliar uma morte na sexta-feira à tarde com a profecia de que o Messias estaria três dias e três noites no coração da terra? (Mateus 12:40).

Essa contradição tem gerado uma crescente discussão teológica.

Estudiosos, pastores e estudantes da Bíblia têm reavaliado cuidadosamente os textos, considerando o calendário judaico e os detalhes das festas bíblicas.

E a conclusão que emerge é surpreendente, mas profundamente coerente: Jesus morreu na quarta-feira.

Neste Refrigério Teológico, vamos analisar cuidadosamente a cronologia da paixão de Cristo, à luz do livro de Êxodo, dos Evangelhos, do calendário hebraico e da contagem bíblica de tempo.

Vamos demonstrar como a tradição da sexta-feira não resiste ao exame das Escrituras, e como o entendimento correto dessa cronologia fortalece a fé e restaura a verdade profética da Palavra de Deus.

Nosso propósito não é causar divisão, mas promover clareza.
Não buscamos atacar tradições por si mesmas, mas apresentar as evidências bíblicas com responsabilidade e reverência.

Como ensina o apóstolo Pedro:

“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (I Pedro 3:15)

Vamos, portanto, juntos, caminhar pelas páginas da Escritura e descobrir — com base sólida — que Jesus morreu na quarta-feira. E assim, compreenderemos com mais profundidade o poder da Sua ressurreição.

Olá, graça e paz, aqui é o seu irmão em Cristo, Pr. Francisco Miranda do Teologia24horas, que essa “paz que excede todo entendimento, que é Cristo Jesus, seja o árbitro em nosso coração, nesse dia que se chama hoje…” (Fl 4:7; Cl 3:15).

Cerca de um bilhão de protestantes e outro bilhão de católicos acreditam que Jesus Cristo foi crucificado e sepultado numa sexta-feira à tarde — “Sexta-feira Santa” — e ressuscitado para a vida novamente ao amanhecer do domingo de Páscoa, depois de um dia e meio.

No entanto, quando comparamos com as palavras do próprio Jesus sobre quanto tempo Ele ficaria sepultado, encontramos uma grande contradição.

Por quanto tempo Jesus disse que ficaria na sepultura?

“Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra” (Mateus 12:40).

O contexto em que Jesus Cristo disse estas palavras é importante.

Os escribas e fariseus exigiam dEle um sinal miraculoso para provar que Ele era realmente o Messias tão aguardado.

“Mas ele lhes respondeu e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal, senão o do profeta Jonas” (versículo 39).

Este foi o único sinal que Jesus deu provando que Ele era o Messias prometido: “Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra”.

O texto é inequívoco. “Três dias e três noites” não é linguagem simbólica.

A construção hebraica “שְׁלשָׁה יָמִים וּשְׁלשָׁ נְלֹות” (sheloshá yamim u’sheloshá leilot) é literal.

Jesus não usou linguagem figurada aqui. Ele fez comparação literal com Jonas, que esteve três dias e três noites dentro do peixe — e Jonas foi literalmente 72 horas no ventre do grande peixe (Jonas 1:17).

No entanto, a tradição religiosa acabou preferindo seguir o calendário litúrgico de Roma ao invés da cronologia profética bíblica.

Outro pilar que reforça a verdade de que Jesus morreu na quarta-feira é Marcos 8:31, que afirma:

“E começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem padecesse muitas coisas… e que fosse morto e que, depois de três dias, ressuscitasse.”

Se fosse na sexta-feira, Jesus teria ressuscitado no terceiro dia e não depois de três dias. A gramática grega utilizada é precisa: “μετὰ τρεῖς ἡμέρας” (meta treis hēmeras) – literalmente, “após três dias”.

Após sua morte na quarta-feira, Jesus é sepultado ao final do dia 14, antes do início do Shabat cerimonial (quinta-feira, 15 de Abibe), conforme João 19:31.

Contemos agora com exatidão:

  • Quarta-feira à noite e quinta-feira (15 de Abibe) – 1ª noite e 1º dia
  • Quinta-feira à noite e sexta-feira (16 de Abibe) – 2ª noite e 2º dia
  • Sexta-feira à noite e sábado (17 de Abibe) – 3ª noite e 3º dia

Portanto, ao completar-se os três dias e três noites profetizados (Mateus 12:40), Jesus ressuscita na primeira hora do domingo, por volta das 6h da manhã, antes mesmo do sol nascer, conforme relatado em Mateus 28:1-6 e João 20:1:

“E no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana… veio Maria Madalena, e viu a pedra removida do sepulcro” (Mateus 28:1)

“No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro” (João 20:1)

O texto é claro: quando as mulheres chegam, Ele já havia ressuscitado. A pedra já estava removida. O sepulcro já estava vazio.

A contagem de tempo tradicional não faz sentido

Mateus, Marcos, Lucas e João são claros a respeito de que Jesus morreu e Seu corpo foi colocado rapidamente no túmulo no fim da tarde, pouco antes do pôr-do-sol, quando o Sábado começou (João 19:30-42).

O tempo tradicional entre a “Sexta-feira Santa e o Domingo de Páscoa”, do pôr-do-sol da sexta-feira ao pôr-do-sol do Sábado, é de uma noite e um dia.

Da noite do Sábado ao amanhecer do domingo completa outra noite, perfazendo o total de duas noites e um dia.

Então, como faremos para chegar a mais uma noite e dois dias para igualar os três dias e três noites que Jesus disse que estaria no túmulo?

Definitivamente, isto é um problema.
A maioria dos teólogos e estudiosos religiosos tenta contornar isso argumentando que qualquer parte de um dia ou da noite conta como um dia ou uma noite.

Assim, eles dizem que alguns minutos finais da tarde de sexta-feira foi o primeiro dia, todo o dia de sábado foi o segundo dia e os primeiros minutos da manhã de domingo seria o terceiro dia.

Isto parece razoável, não é mesmo?
O problema é que isso não dá certo, isso apenas alcança três dias e duas noites, e não três dias e três noites.

Além disso, João 20:1 nos diz que “no primeiro da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro”.

Você entendeu o problema aqui?
João nos diz que ainda estava escuro quando Maria foi ao túmulo na manhã de domingo e o encontraram vazio.

Jesus foi ressuscitado bem antes do amanhecer do dia.
Portanto, Ele não esteve no túmulo em nenhuma parte do dia de domingo, por isso nenhuma parte desse dia pode ser contado como um dia.

Isso nos deixa, no máximo, com parte do dia da sexta-feira, toda a sexta-feira à noite, todo o dia de Sábado e a maior parte da noite de Sábado.

Isto totaliza um dia inteiro e parte de outro, e uma noite completa e a maior parte de outra — somente um dia e uma noite completos do tempo que Jesus disse que ficaria no túmulo.

É evidente que algo não faz sentido, ou Jesus se enganou sobre a duração do tempo em que estaria no túmulo ou o espaço de tempo entre a “Sexta-feira Santa e o Domingo de Páscoa” não é bíblico ou correto.

Obviamente, ambos não podem ser verdadeiros. Então, qual é o certo?

A chave é compreender a cronologia de Deus

A chave para entender o momento da crucificação e ressurreição de Cristo está no entendimento da cronologia de Deus para a contagem do término e começo dos dias, bem como o tempo de Suas festas bíblicas durante a primavera do ano, quando estes eventos aconteceram.

Primeiro precisamos compreender que Deus não começa e termina o dia à meia-noite, como fazemos — que é um método criado pelo homem para contar o tempo.

Gênesis 1:5 nos diz muito claramente que Deus conta o início de um dia ao começar da noitinha (a parte da noite) e termina na noitinha seguinte — “E foi a tarde [noite] e a manhã [dia], o dia primeiro”.

Em Levítico 23, onde Deus enumera todas as Suas festas santas e Sábados, Ele deixa claro que devem ser observados “duma tarde a outra tarde” (versículo 32) — em outras palavras, de pôr-do-sol a pôr-do-sol, quando o sol se põe e começa a noite.

É por isso que José de Arimatéia e Nicodemos, seguidores de Jesus, colocaram apressadamente o Seu corpo no túmulo, pouco antes do pôr-do-sol (João 19:39-42). Era necessário cumprir Deuteronômio 21:23: “…o seu cadáver não permanecerá no madeiro…”.

Um sábado estava começando nesse pôr-do-sol (versículo 31), quando o trabalho deveria cessar.

A tipologia entre a criação do mundo e a redenção por Cristo é uma das mais belas conexões teológicas da Bíblia.

Deus finaliza a criação no sexto dia, dizendo que tudo era “muito bom” (Gênesis 1:31). No sétimo, Ele descansa (Gênesis 2:2-3).

Da mesma forma, Jesus — o último Adão (1 Coríntios 15:45) — encerra Sua obra redentora na quarta-feira e repousa no sepulcro durante o sábado, o grande Shabbath.

Ao ressuscitar no primeiro dia da nova semana, Ele inaugura a nova criação, selando o início de uma nova aliança entre Deus e a humanidade.

A instituição da Páscoa e o cordeiro de Deus

O livro de Êxodo 12 apresenta com detalhes o protocolo divino para a celebração da Páscoa:

  • No dia 10 do mês de Abibe/Nissan, cada família devia escolher um cordeiro sem defeito (v.3).
  • O cordeiro deveria ser guardado até o dia 14.
  • No crepúsculo do dia 14, o cordeiro seria imolado (v.6).

Paulo afirma: “Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós”.

A substituição de Jesus pelo cordeiro pascal deve ocorrer exatamente no tempo designado.

Se Jesus é o verdadeiro Cordeiro, e se a Lei determina que o cordeiro deve ser morto no dia 14 de Nissan à tarde (quarta-feira), então é indiscutível que Jesus morreu na quarta-feira.

Jesus é o Cordeiro de Deus (João 1:29), e como tal, foi imolado exatamente no dia 14 de Nissan, no fim da tarde da quarta-feira.

Isso significa que Jesus morreu na quarta-feira, cumprindo a Páscoa mosaica com precisão profética.

A ceia antecipada: O testemunho de João 13:1

João 13:1 é um divisor de águas hermenêutico: “ORA, ANTES DA FESTA DA PÁSCOA…”.

Jesus celebrou a Ceia com seus discípulos antes da celebração oficial, pois Ele mesmo seria o cordeiro sacrificado. Essa antecipação explica porque:

  • Ele ceia na terça-feira à noite.
  • É preso e julgado durante a noite.
  • Morre na cruz na quarta-feira à tarde, antes do Shabbat de Páscoa.

Portanto, reafirmamos com convicção que Jesus morreu na quarta-feira, exatamente no dia da Páscoa, cumprindo perfeitamente o papel do Cordeiro Pascal.

  • O cordeiro tinha que ser separado quatro dias antes da Páscoa (no dia 10 de Nisã) conforme (Êxodo 12:3-6).
  • Jesus chega quatro dias antes de ser examinado publicamente, assim como o cordeiro era examinado pelos sacerdotes.
    • Jesus chega a Betânia (quinta)
    • É examinado em Jerusalém (sábado a terça)
    • Morre como o Cordeiro (quarta)

Segundo a tradição judaica, ao pôr do sol (por volta das 18h), tem início o novo dia — e foi justamente nesse início da quinta-feira que os judeus celebravam a refeição pascal, comendo o cordeiro imolado.

Assim, enquanto os sacerdotes preparavam a ceia da Páscoa, Jesus, o verdadeiro Cordeiro de Deus, já havia sido imolado por nossos pecados. A tipologia se cumpriu com exatidão profética.

Dois Shabbats na semana da crucificação

Grande parte da confusão teológica a respeito da cronologia da paixão de Cristo surge da leitura superficial de João 19:31, que declara:

“Então os judeus, para que no sábado os corpos não ficassem na cruz, pois era o dia da preparação (porque grande era o dia daquele sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.” (João 19:31, ACF)

O erro interpretativo reside em assumir que esse “sábado” seria obrigatoriamente o sábado semanal (Shabat haShavuá) — isto é, do pôr do sol de sexta ao pôr do sol de sábado.

  • A expressão “grande dia de sábado” (grego: μεγάλη ἡ ἡμέρα ἐκείνου τοῦ σαββάτου) refere-se a um sábado cerimonial e não necessariamente ao sábado semanal (o sétimo dia).
  • No caso, trata-se do 15º dia de Nisã, início da festa dos Pães Asmos (Levítico 23:6-7), que é considerado um dia de santa convocação — ou seja, um “sábado” — mesmo que não caia no sétimo dia da semana.

“No fim dos sábados…” (Mateus 28:1, no grego: σαββάτων – sabbaton, plural)

  • O uso do plural reforça que dois sábados consecutivos ocorreram naquela semana:
    • Um sábado cerimonial (Shabat Gadol – quinta-feira)
    • Um sábado regular (semanal – sábado)

No entanto, o texto grego utiliza a expressão “τὸ σάββατον ἐκεῖνης τῆς ἡμέρας ἦν μέγας” (to sabbaton ekeines tes hēmeras ēn megas), que pode ser traduzida como “aquele sábado era grande” ou “solene” — uma clara referência ao Shabat cerimonial, também chamado de “Shabbaton” no hebraico (שַׁבָּתוֹן).

Esse termo não se limita ao repouso do sétimo dia, mas é utilizado na Septuaginta e na Torá (cf. Levítico 23:6-7) para designar os sábados cerimoniais das festas fixas do Senhor, como o primeiro dia da Festa dos Pães Ázimos — o dia 15 do mês de Abibe.

Segundo a ordenança divina:

“No primeiro dia tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis.” (Levítico 23:7, ACF)

  • O 14º dia do mês de Nisã é o dia da Páscoa.
  • O 15º dia, ou seja, o dia seguinte, é o início da Festa dos Pães Asmos.
  • Esse 15º dia é declarado como um dia de santa convocação — ou seja, um sábado cerimonial, um “Shabat” ainda que não seja o sábado semanal (sétimo dia).

Esse é o “Sábado Grande”: um sábado festivo, obrigatório, estabelecido pela Lei, que pode cair em qualquer dia da semana.

Portanto, o “sábado” de João 19:31 não era o Shabat semanal, mas sim o Shabat solene anual que iniciava a festa de Hag HaMatzot.

“Os judeus, pois, para que no sábado os corpos não ficassem na cruz, visto como era o dia da preparação (pois era grande o dia daquele sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.”

  • João faz uma distinção clara: “grande o dia daquele sábado”.
  • No grego:
    • ἦν γὰρ μεγάλη ἡ ἡμέρα ἐκείνου τοῦ σαββάτου
    • Tradução: “Porque era grande o dia daquele sábado”.

João está se referindo não ao sábado semanal, mas ao sábado cerimonial da Festa dos Pães Asmos — o que os judeus chamam até hoje de Shabat Gadol se ele precede a Páscoa ou se é o primeiro dia dos pães asmos.

Shabat Gadol é o nome dado ao sábado que antecede a Páscoa, ou à santa convocação do primeiro dia dos pães asmos. Fontes rabínicas (como o Talmude) e os sidurim (livros de oração) mencionam esse “Grande Sábado” como um tempo de instrução e preparação.

Portanto, a base teológica e bíblica está correta: Jesus morreu antes de um sábado cerimonial, não do sábado semanal — o que fortalece a leitura de que Ele morreu na quarta-feira, e o dia seguinte era esse “sábado grande”, conforme exigia a Lei.

Isso significa que o dia da preparação não ocorreu numa sexta-feira comum, mas sim na quarta-feira, 14 de Abibe — exatamente o dia em que o cordeiro pascal era sacrificado ao entardecer, conforme ordenado em Êxodo 12:6, ou seja, o primeiro dia da festa (15 de Nisã) é equivalente a um sábado cerimonial, mesmo que não seja o sétimo dia da semana.

Lucas 23:54-56 é chave:

“E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado… e no sábado repousaram conforme o mandamento.”

Esse texto menciona dois momentos distintos:

  1. O Shabat cerimonial (quinta-feira, 15 de Abibe).
  2. O Shabat semanal (sábado, 17 de Abibe).

Entre esses dois sábados, há um dia útil (sexta-feira), chamado “Ruh HaMoed”, onde as mulheres compraram as especiarias (Marcos 16:1), prepararam-nas e descansaram novamente no sábado semanal (Lucas 23:56).

Isso só é possível se Jesus morreu na quarta-feira. A sexta-feira seria o único espaço viável para realizar essas tarefas.

O equívoco interpretativo começa com a leitura simplista de João 19:31:

“Era o dia da preparação, e para que os corpos não ficassem na cruz no sábado…”

A palavra “sábado” aqui é shabbaton, que no hebraico (שַׁבָּתוֹן) pode se referir não apenas ao sábado semanal, mas também a um sábado cerimonial, como o primeiro dia da festa dos pães ázimos (Levítico 23:7).

Portanto, o “sábado” mencionado não é necessariamente o sábado semanal, mas sim o Shabat cerimonial que ocorre no 15º dia de Abibe.

Isso significa que a preparação mencionada não foi uma sexta-feira, mas sim uma quarta-feira, pois o Shabat cerimonial ocorreu na quinta.

Muitos confundem o termo “Shabbat” com o sábado semanal.

No entanto, o termo hebraico שַׁבָּת (shabbat) significa descanso ou cessação e pode se aplicar a feriados sagrados.

Isso explica as declarações de João 19:31 e Lucas 23:56, que indicam um dia de descanso antes do sábado regular.

Assim, entre os dois dias de Shabbat, houve uma sexta-feira livre.

Foi nesse dia que:

  • As mulheres compraram especiarias (Marcos 16:1).
  • Os judeus falaram com Pilatos (Mateus 27:62).

Como João nos diz no versículo 31: “Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados”.

Na cultura judaica da época, as tarefas de cozinhar e limpar a casa eram feitas um dia antes de um sábado para se evitar trabalhar no dia designado por Deus para descanso.

Assim, o dia antes do sábado era comumente chamado de “dia da preparação”.

Sem dúvida, o dia em que Cristo foi crucificado e teve Seu corpo colocado no sepulcro foi o dia imediatamente anterior a um Sábado.

A questão é: qual Sábado?

A maioria das pessoas supõe que João está falando do Sábado semanal regular, observado do pôr-do-sol da sexta-feira ao pôr-do-sol do Sábado.

Desta clara declaração de João, a maioria das pessoas crê que Jesus morreu e foi sepultado numa sexta-feira — por isso, a crença tradicional de que Jesus foi crucificado e morreu na “sexta-feira santa”.

A maioria das pessoas não têm nenhuma ideia de que a Bíblia fala sobre dois tipos de Sábado — o dia normal do Sábado semanal, que cai no sétimo dia da semana (que não é para ser confundido com domingo, o que é o primeiro dia da semana), e sete dias de sábados anuais, listados em Levítico 23 e mencionados em várias passagens na Bíblia, que poderiam cair em qualquer dia da semana.

Por conta de que o cristianismo tradicional abandonou há muito tempo esses dias de Sábados bíblicos anuais (assim como o Sábado semanal), as pessoas têm falhado reconhecer por muitos séculos que Mateus, Marcos, Lucas e João nos dizem claramente quando Jesus Cristo foi crucificado e ressuscitado — e que não foi de “Sexta-feira Santa ao Domingo Páscoa”.

Muitas pessoas deixam de notar que João nos diz explicitamente que o Sábado, que começou no pôr-do-sol, imediatamente depois que Jesus foi enterrado era um desses dias de Sábado anual.

Observe, em João 19:31, sua explicação de que “era grande o dia de sábado” — o termo “grande dia” é usado para diferenciar os sete Sábados anuais dos dias de Sábado semanais regulares.

Então, qual foi este “grande dia”, que imediatamente seguiu-se ao apressado sepultamento de Jesus Cristo?

Os Evangelhos nos contam que, na noite antes de Jesus ser condenado e crucificado, Ele celebrou a Páscoa com Seus discípulos (Mateus 26:19-20, Marcos 14:16-17, Lucas 22:13-15). Isto significa que Ele foi crucificado no dia da Páscoa.

Levítico 23, que lista as festas de Deus, nos diz que no dia depois da Páscoa começaria uma festa separada, a Festa dos Pães Asmos (versículos 5-6).

O primeiro dia desta festa é “uma convocação santa” em que “nenhum trabalho servil” pode ser feito (versículo 7).

Este dia é o primeiro dos Sábados anuais de Deus. Este é o “grande dia” do qual João escreveu.

Vários comentários bíblicos, enciclopédias e dicionários observam que João está se referindo aqui a um Sábado anual em vez do habitual dia de Sábado semanal.

A Páscoa começou no pôr-do-sol e terminou no dia seguinte, ao entardecer, quando começou este Sábado anual.

Jesus celebrou a páscoa com Seus discípulos, e depois foi preso um pouco mais tarde naquela mesma noite.

Após o amanhecer do dia seguinte Ele foi interrogado diante de Pôncio Pilatos, foi crucificado, e depois foi sepultado às pressas, imediatamente antes do próximo pôr-do-sol, quando começou o “grande dia”, o primeiro dia da Festa dos Pães Asmos.

Levítico 23 nos diz a sequência e as datas dessas festas, e Mateus, Marcos, Lucas e João confirmam a ordem dos eventos que se desenrolaram.

O surgimento da “Sexta-feira Santa” no Calendário Gregoriano

A chamada “sexta-feira santa”, celebrada hoje por grande parte do cristianismo ocidental como o dia da crucificação de Cristo, não tem origem na cronologia profética bíblica, mas sim na tradição litúrgica do calendário romano (juliano e, depois, gregoriano).

Com o passar dos séculos, especialmente após o Concílio de Niceia em 325 d.C., a Igreja instituiu datas fixas no calendário litúrgico com o objetivo de unificar as festas cristãs, muitas vezes deslocando-as da referência original do calendário hebraico.

Posteriormente, com a reforma do calendário promovida pelo Papa Gregório XIII em 1582 — o chamado calendário gregoriano —, a “sexta-feira santa” foi oficializada como parte da Semana Santa tradicional, ignorando que, segundo as Escrituras e a cultura hebraica, Jesus morreu na quarta-feira, 14 de Abibe, cumprindo exatamente três dias e três noites no sepulcro.

Ao substituir a exatidão da contagem profética por uma convenção eclesiástica, esse sistema litúrgico estabeleceu um dogma que contraria a literalidade do texto sagrado (Mateus 12:40; Marcos 8:31), e compromete a compreensão exegética da Páscoa à luz das Festas do Senhor (Levítico 23).

Assim, a sexta-feira santa é fruto da tradição romana e não da verdade revelada na Palavra.

O calendário hebraico confirma que Jesus morreu na quarta-feira

Quando observamos o calendário hebraico nos anos prováveis da crucificação — especialmente 30 ou 31 d.C. —, percebemos que o 14º dia de Abibe caiu numa quarta-feira, o que harmoniza perfeitamente com a narrativa dos evangelhos e com a profecia de Mateus 12:40 “três dias e três noites no coração da terra.”

O dia 14 de Abibe é o Pessach bíblico, instituído em Êxodo 12 como o dia da imolação do cordeiro, antes da celebração da ceia ao anoitecer.

E foi nesse exato momento que Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29), entregou seu espírito na cruz.

Conforme Mateus 27:45-50, entre a hora sexta (meio-dia) e a nona (15h) houve trevas sobre toda a terra.

Nesse mesmo intervalo, os sacerdotes estavam sacrificando os cordeiros no Templo, enquanto o verdadeiro Cordeiro de Deus era sacrificado no madeiro, fora dos muros de Jerusalém, cumprindo o que estava escrito:

“E o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.” (Isaías 53:6, ACF)

Portanto, não é apenas uma questão cronológica, mas profundamente tipológica: Jesus morreu no exato dia e horário do Pessach, sendo o Cordeiro pascal perfeito, sem mácula, imolado para a redenção eterna.

Existem vários programas de computador que nos permitem calcular quando a Páscoa e outras festas de Deus caem em um determinado ano.

Esses programas mostram que, em 31 d.C., o ano destes eventos, a Páscoa foi celebrada na noite de terça-feira e o entardecer da quarta-feira marcou o início do “grande dia”, o primeiro dia da Festa dos Pães Asmos.

Então, Jesus foi crucificado e sepultado numa tarde de quarta-feira e não na sexta-feira.

Podemos encontrar mais provas em Mateus, Marcos, Lucas e João? Sim, sem dúvida que podemos!

Vamos voltar a um detalhe raramente observado em Marcos 16:1: “E, passado o Sábado, Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, compraram aromas para irem ungi-Lo”.

Nessa época, se o corpo de um ente querido fosse colocado em um túmulo ao invés de ser sepultado diretamente na terra, era comum que os amigos e familiares colocassem especiarias aromáticas no túmulo ao lado do corpo para reduzir o mau cheiro do cadáver em decomposição.

E como o corpo de Jesus foi colocado no túmulo antes de começar o “grande dia” daquele Sábado, as mulheres não tiveram tempo para comprar as especiarias antes do Sábado.

Além disso, elas não poderiam ter comprado no dia de Sábado, pois o comércio estava fechado.

Assim, Marcos diz que elas compraram as especiarias depois do Sábado — “passado o Sábado”.

Mas note outro detalhe revelador em Lucas 23:55-56: “E as mulheres que tinham vindo com ele [Cristo] da Galileia seguiram também e viram o sepulcro e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos e, no sábado, repousaram, conforme o mandamento“.

Você vê o problema aqui?
Marcos afirma claramente que as mulheres compraram as especiarias depois do Sábado — “passado o Sábado”.

E Lucas nos diz que as mulheres prepararam especiarias e óleos perfumados, depois que, no Sábado, repousaram, conforme o mandamento“.

Assim elas compraram as especiarias depois do Sábado e então prepararam as especiarias antes de descansar no Sábado.

Há uma evidente contradição entre esses dois relatos do Evangelho — a menos que houveram dois Sábados!

Na verdade, quando entendemos que são mencionados dois Sábados diferentes, o problema desaparece.

O original grego em que o novo testamento foi escrito também nos diz claramente que haviam dois dias de Sábado nesses relatos.

Em Mateus 28:1, onde Mateus escreve que as mulheres foram ao túmulo “no fim do Sábado”, a palavra Sábado aqui, na verdade, está no plural e deve ser traduzida como “Sábados“.

Marcos nos diz que depois daquele “grande dia” de Sábado, que começou na noite do pôr-do-sol de quarta-feira e terminou na noite do pôr-do-sol de quinta-feira, as mulheres compraram as especiarias para ungir o corpo de Jesus.

Lucas, então, nos diz que as mulheres prepararam a especiarias — atividade que teria ocorrido na sexta-feira — e que depois, “no sábado [o dia de Sábado semanal normal, observado do pôr-do-sol de sexta-feira ao pôr-do-sol do sábado] repousaramconforme o mandamento“.

Ao comparar detalhes em ambos os relatos, podemos ver claramente que são mencionados dois Sábados diferentes juntamente com um dia de trabalho no meio.

  • O primeiro Sábado foi um “grande dia” — o primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, que caiu numa quinta-feira.
  • O segundo foi o Sábado semanal do sétimo dia.

Quando Jesus foi ressuscitado?

Mateus 28:1 revela o horário real da ressurreição:

“E no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.”

A palavra grega usada para “fim do sábado” é “ὀψὲ δὲ σαββάτων” (opse de sabbaton), que significa literalmente “após o sábado”, ou seja, no início do domingoapós o pôr do sol de sábado.

Mas quando elas chegaram, a pedra já havia sido removida, e Jesus já não estava mais no sepulcro.

Conclusão: A ressurreição ocorreu antes da madrugada de domingo. Portanto, Jesus morreu na quarta-feira, como Ele mesmo disse, e ressuscitou no final do Shabat.

Por que isso importa?

A cronologia da morte e ressurreição de Jesus é mais que uma curiosidade exegética. Ela é:

  • Uma prova da fidelidade das Escrituras.
  • Um sinal profético cumprido com exatidão.
  • Um teste de fidelidade ao texto sagrado acima das tradições humanas.

Se errarmos na cronologia, corremos o risco de perpetuar dogmas inventados por impérios religiosos que ignoraram o calendário bíblico, os feriados hebraicos e as palavras do próprio Messias.

A ressurreição e a festa das primícias

Paulo escreveu:

“Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.” (1 Coríntios 15:20)

Jesus morreu na quarta-feira, repousou durante o Shabat cerimonial e o Shabat semanal, e ressuscitou no final do Shabat, cumprindo a Festa das Primícias (Bicurim), apresentando-se como a primeira colheita da ressurreição, consagrando a todos os que n’Ele dormem.

João 20:1, como observado anteriormente, nos diz que “no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro”.

O sol ainda não tinha nascido — “sendo ainda escuro”, nos diz João — quando Maria encontrou o túmulo vazio.

Por isso é óbvio que Jesus não ressuscitou ao nascer do sol da manhã de domingo.

Então, quando é que isso aconteceu?
A resposta é simples, se simplesmente lemos em Mateus, Marcos, Lucas e João — e as próprias palavras de Jesus Cristo — e aceitamos o que dizem.

“Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra”, disse Jesus (Mateus 12:40).

Como já provado, Jesus foi sepultado — colocado “no seio da terra” — pouco antes do pôr-do-sol em uma quarta-feira.

Apenas temos que fazer as contas a partir daí.
Um dia e uma noite nos traz para o pôr-do-sol da quinta-feira.
Outro dia e noite nos traz para o pôr-do-sol da sexta-feira.
Um terceiro dia e noite nos traz para o pôr-do-sol do sábado.

De acordo com as próprias palavras de Jesus Cristo, Ele teria sido ressuscitado três dias e três noites depois de ser sepultado, por volta da mesma hora — perto do pôr-do-sol.

Vamos contar:

  • Quarta-feira à tarde (sepultamento) até quinta-feira à tarde: 1º dia
  • Quinta à tarde até sexta-feira à tarde: 2º dia
  • Sexta à tarde até sábado à tarde: 3º dia

E as noites:

  • Quarta à noite: 1ª noite
  • Quinta à noite: 2ª noite
  • Sexta à noite: 3ª noite

Assim, Jesus ressuscita no fim do sábado (Shabat), antes que o domingo comece.

A tipologia entre a criação do mundo e a redenção por Cristo é uma das mais belas conexões teológicas da Bíblia.

Deus finaliza a criação no sexto dia, dizendo que tudo era “muito bom” (Gênesis 1:31). No sétimo, Ele descansa (Gênesis 2:2-3).

Da mesma forma, Jesus — como novo Adão (1 Coríntios 15:45) — conclui a obra redentora no sexto dia, morrendo na sexta-feira.

E descansa no túmulo no sétimo dia, cumprindo o sábado. Sua ressurreição no primeiro dia da nova semana inaugura uma nova criação.

Esse paralelo só se sustenta plenamente se Jesus morreu na sexta-feira, pois somente assim Ele cumpre o descanso sabático no sepulcro e inaugura o novo tempo redentivo no domingo, o “oitavo dia” da nova criação.

Isso se encaixa com as Escrituras?

Sim, como já vimos, Ele já tinha sido ressuscitado e o sepulcro estava vazio quando Maria chegou, “sendo ainda escuro”, na manhã de domingo.

Embora ninguém estivesse por perto para testemunhar a Sua ressurreição (que ocorreu no interior de um túmulo lacrado e vigiado por guardas armados), as próprias palavras de Jesus Cristo e os detalhes registrados em Mateus, Marcos, Lucas e João mostram que isso aconteceu três dias e três noites depois de Seu sepultamento, no fim do sábado semanal, próximo ao pôr-do-sol.

Você pode tentar, mas é impossível encaixar três dias e três noites entre o sepultamento na sexta-feira e a ressurreição na manhã de domingo.

A tradição da Sexta-feira Santa e do domingo de Páscoa simplesmente não são nem verdadeiros e nem bíblicos.

Mas quando olhamos para todos os detalhes registrados em Mateus, Marcos, Lucas e João e comparamos com as próprias palavras de Jesus, podemos ver a verdade — e ela se encaixa perfeitamente.

As palavras do anjo de Deus, que assustou muito as mulheres no túmulo vazio, são comprovadamente verdadeiras: “O anjo disse às mulheres: Não tenham medo! Sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito” (Mateus 28:5-6, NVI).

Não nos apeguemos às tradições religiosas e ideias que não são apoiadas pelas Escrituras.

Procure ter certeza de que suas próprias crenças e práticas estão firmemente arraigadas na Bíblia.

Você está disposto a fazer um compromisso de adorar a Deus de acordo com a verdade bíblica em vez da tradição humana?

Cronologia da Paixão de Cristo

Dia 9 de Nisã – Sexta-feira

→ Entrada Triunfal em Jerusalém (Jesus como Rei)

  • Referências: Mateus 21:1-17; Marcos 11:1-11; João 12:12-15
  • Jesus entra montado no jumentinho, cumprindo Zacarias 9:9.

Dia 10 de Nisã – Sábado

→ Separação do Cordeiro (Êxodo 12:3)

  • Jesus permanece em Betânia (Jo 12:1 indica que chegou ali 6 dias antes da Páscoa).
  • Seca a figueira (Mateus 21:18-22).
  • Purificação do Templo (Marcos 11:15-18).
  • Jesus esta jantando em Betânia na casa de Lázaro (Jo 12:1-11)

Dia 11 de Nisã – Domingo

→ Ensino intensivo no Templo

  • Parábolas escatológicas: Mt 21:23 até Mt 25:46.
  • Discussões com fariseus, saduceus e escribas.
  • Discurso do Monte das Oliveiras sobre o fim dos tempos (Mateus 24–25).
  • Jesus janta em Betânia, na casa de Simão o leproso (Marcos 14:1-9; João 12:2-8).

Dia 12 de Nisã – Segunda-feira

→ Jesus continua dormindo em Betânia

  • Não há registro direto de atividades públicas neste dia, possivelmente reservado ao descanso e instruções privadas aos discípulos.

Dia 13 de Nisã – Terça-feira

→ Preparação da Páscoa

  • Pela manhã: Jesus envia Pedro e João para preparar a ceia pascal (Lucas 22:8-13).
  • Ao entardecer (Marcos 14:17, já iniciando o 14 de Nisã):
    • Jesus esta celebrando a Festa dos Pães Asmos, em Jerusalém, início da Páscoa para os Judeus (Mateus 26:17-30; Marcos 14:1-9; Lucas 22:14-38; João 13:1-20).
    • Judas sai para trair Jesus (Mateus 26:14-16; João 13:27-30).
    • Discurso final (João 14–17).
    • Por volta das 21h, vão ao Getsêmani (Mateus 26:36; Lucas 22:44).
    • Preso durante a madrugada.

Dia 14 de Nisã – Quarta-feira (Dia da Preparação)

→ Crucificação e sepultamento

  • É o dia da preparação para o sábado anual, não semanal (primeiro dia dos Pães Asmos, que começou ao pôr-do-sol (Marcos 15:42, Mateus 20:9; Lucas 23:54, João 18:28; 19:31).
  • 9h: Jesus é crucificado (Marcos 15:25).
  • 12h às 15h: Trevas sobre a terra (Mateus 27:45).
  • 15h: Jesus morre (Mateus 27:50).
  • Antes do pôr-do-sol: sepultado no túmulo novo de José de Arimateia (Lucas 23:57-60).

Dia 15 de Nisã – Quinta-feira (Sábado Anual)

→ Primeiro dia dos Pães Asmos (Levítico 23:4-7; João 19:31)

  • As mulheres descansam (Lucas 23:56).
  • Esse “sábado” é um Shabat Gadol, feriado santo, independente do dia da semana.
  • Ele é descrito como um dia após o “Dia da Preparação” (Mateus 27:62).
  • O trabalhar de Cristo durante a sua morte (Mt 27; Sl 18; Sl 22; Hb 10)
  • Jesus está no sepulcro: 1ª noite + 1º dia.

Dia 16 de Nisã – Sexta-feira

→ As mulheres compram e preparam especiarias (Marcos 16:1)

  • Atividades retomadas após o sábado anual, o grande dia de Sábado já havia passado, então as mulheres compraram e prepararam as especiarias para ungir o corpo de Jesus antes de descansar no dia do sábado semanal, que começava no pôr-do-sol de sexta-feira (Mateus 27:62; Marcos 16:1, Lucas 23:55,56).
  • Jesus ainda no sepulcro: 2ª noite + 2º dia.

Dia 17 de Nisã – Sábado (Sábado Semanal)

→ As mulheres descansam novamente (Lucas 23:56)

  • As mulheres descansaram no Sábado semanal, de acordo com o Quarto Mandamento (Lucas 23:56; Êxodo 20:8-11).
  • Jesus permanece no túmulo: 3ª noite + 3º dia.
  • Ressuscita ao final do sábado, depois do pôr do sol, completando as 3 noites e 3 dias (Mateus 12:40).

Dia 18 de Nisã – Domingo (início ao pôr do sol anterior)

→ Mulheres encontram o túmulo vazio logo cedo

  • As mulheres trouxeram as especiarias preparadas no início da manhã, enquanto ainda estava escuro (Lucas 24:1, João 20:1), mas não encontraram Jesus porque Ele já havia ressuscitado (Mateus 28:1-6, Marcos 16:2-6, Lucas 24:2-3, João 20:1).
  • Ele aparece ressuscitado aos discípulos ainda no primeiro dia da semana.

Entender a verdadeira Última Semana de Cristo não é um mero detalhe cronológico. É um chamado à precisão, à reverência pela Palavra e ao zelo pela doutrina. Se erramos nos fundamentos, comprometemos o entendimento do plano de redenção.

O mais importante é que Cristo ressuscitou! E por causa disso, temos esperança, fé viva e promessa de ressurreição: “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.” (1 Co 15:20)

Essa cronologia nos lembra que Deus é um Deus de detalhes, de ordem, de fidelidade. Celebrar a ressurreição é celebrar um plano que não atrasou nem adiantou — mas se cumpriu com precisão eterna.

Conclusão

Ao final desta jornada teológica, uma verdade resplandece com clareza e poder: Jesus morreu na quarta-feira.

A cronologia profética revelada nas Escrituras, a instituição divina da Páscoa em Êxodo 12, os relatos harmonizados dos Evangelhos, a compreensão exata dos Shabbats judaicos e a precisão matemática dos três dias e três noites testificam, com absoluta coerência, essa realidade gloriosa.

Negar essa verdade é, consciente ou não, minar a fidelidade das palavras do próprio Cristo.

E se o sinal de Jonas (Mateus 12:40) foi o único sinal dado por Ele àquela geração, não podemos tratá-lo como um detalhe secundário. É uma profecia central da redenção.

Este Refrigério Teológico não tem por objetivo combater pessoas, mas restaurar verdades.

Não se trata de ferir tradições por vaidade acadêmica, mas de purificar o entendimento e a adoração com a água da Palavra.

Pois quando a Igreja se afasta do contexto bíblico original, ela se aproxima do erro tradicional.

A Escritura é clara.
Ela não precisa de ajustes; precisa de leitura honesta.
O problema nunca esteve no texto inspirado, mas na lente dogmática que o distorce, desconsiderando o calendário hebraico, os termos originais e os ritmos das festas do Senhor.

Jesus morreu na quarta-feira. Foi sepultado antes do entardecer. Permaneceu no coração da terra por três dias e três noites. Ressuscitou após ao pôr do sol do Shabat, como as Primícias da nova criação.

A conta fecha.
A tipologia se cumpre.
O Cordeiro foi imolado no tempo certo.
A sombra deu lugar à substância.
O calendário de Deus foi seguido à risca.

Portanto, que este Refrigério Teológico desperte a Igreja para a centralidade das Escrituras, para a beleza da profecia cumprida e para a necessidade de uma fé informada pela verdade.

Como disse o Senhor:

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32)

Se a verdade liberta, então o engano aprisiona.
Mas hoje, ao entendermos que Jesus morreu na quarta-feira, celebramos não apenas a Páscoa comendo ervas amargas do passado, mas o Cristo vivo — que venceu o tempo, a morte e as tradições humanas — e reina para sempre.

Você já se perguntou como pode entender a Bíblia de forma mais clara e prática?

Talvez, como muitos, você tenha enfrentado desafios em sua leitura ou compreensão da Palavra de Deus.

Eu também já passei por isso.
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