Quem foi o sucessor de Josué?

Quem foi o sucessor de Josué?

Não houve um sucessor de Josué em Israel, pelo menos não nos mesmos moldes de sua liderança e da liderança de Moisés, antes dele.

Josué foi escolhido por Deus para suceder Moisés na liderança do povo de Israel já no final do período de peregrinação pelo deserto.

E sua liderança a frente de Israel foi indicada de forma solene diante de todo o povo enquanto Moisés ainda estava vivo.

Porém, isso não se repetiu quando a liderança de Josué estava perto do fim, ou seja, o sucessor de Josué não foi uma pessoa específica, mas sim os juízes que lideraram Israel após sua morte.

Entre os primeiros juízes mencionados na Bíblia estão Otniel, Eúde e Débora. Esses líderes surgiram em momentos de necessidade para guiar Israel, uma vez que não havia uma sucessão direta como havia entre Moisés e Josué.

Olá, graça e paz, aqui é o seu irmão em Cristo, Pr. Francisco Miranda do Teologia24horas, que essa “paz que excede todo entendimento, que é Cristo Jesus, seja o árbitro em nosso coração, nesse dia que se chama hoje…” (Fl 4:7; Cl 3:15).

Entretanto, mesmo durante a liderança de Moisés e, depois, de Josué, a Bíblia registra que havia anciãos em Israel que compartilhavam de certas responsabilidades na instrução e condução do povo do Senhor.

Então, quando Josué morreu aos cento e dez anos de idade, esse grupo de anciãos ainda existia, pois o texto bíblico informa que houve anciãos que sobreviveram após Josué.

Portanto, quem serviu como sucessor de Josué em Israel naquele período imediato foi esse corpo de anciãos.

A Bíblia diz que durante os dias de Josué, e também durante todos os dias dos anciãos que ainda sobreviveram depois dele, os israelitas serviram ao Senhor, e contemplaram toda a grande obra que o Senhor havia feito a Israel (Juízes 2:7).

No entanto, a referência dos anciãos como sucessores de Josué diante de Israel, não durou muito.

O relato bíblico conta que aquela geração morreu, e outra geração se levantou em seu lugar.

O problema é que a nova geração não conhecia ao Senhor, e nem se atentou a tudo o que Ele havia feito aos seus antepassados.

É assim que a Bíblia diz que os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, e praticaram a idolatria servindo aos falsos deuses após as mortes de Josué e dos anciãos (Juízes 2:10,11).

Os israelitas abandonaram o Senhor, a passaram a servir a Baal e a Astarote, provocando a ira divina sobre eles.

O sucessor de Josué

Por causa do pecado de Israel, Deus entregou aquele povo na mão de povos estrangeiros. Esses povos espoliaram e despojaram os israelitas. Nesse tempo os filhos de Israel sofreram muito, pois onde quer que fossem a mão do Senhor era contra eles (Juízes 2:15).

Mas diante da aflição do povo, o Senhor se compadeceu e ouviu o clamor de Israel. Em resposta a isso, Ele levantou juízes que livraram os israelitas das mãos de seus opressores. Foi na pessoa do primeiro juiz que surgiu a figura de um sucessor de Josué, no sentido de haver um líder principal sobre as tribos israelitas.

No entanto, como já foi dito, a liderança dos juízes não era exatamente do mesmo tipo da liderança de Josué. Inclusive, a liderança dos juízes de Israel parece ter sido mais fragmentada. Isso quer dizer que alguns juízes não lideraram os israelitas como um povo unificado numa espécie de confederação das doze tribos, mas exerceram sua liderança de forma mais regional.

Na verdade, muitos estudiosos acreditam que é possível que o período de liderança de alguns juízes em Israel se sobrepuseram; de modo que houve períodos em que mais de um juiz liderou sobre o povo ao mesmo tempo, porém em regiões diferentes.

Seja como for, o primeiro juiz levantado por Deus para liderar o povo israelita foi Otniel, o primeiro juiz de Israel mencionado no Livro dos Juízes.

Ele era da tribo de Judá e foi o sobrinho mais novo de Calebe, um dos dois espias que, junto com Josué, trouxe um relatório positivo da Terra Prometida.

Otniel se destacou por libertar Israel da opressão do rei Cusã-Risataim, da Mesopotâmia, após o povo ter se desviado dos caminhos de Deus. Sob a liderança de Otniel, Israel teve paz por 40 anos.

Após a morte de Otniel, Israel foi marcado por um ciclo de autos e baixos, de obediência e desobediência. O Senhor levantava líderes que libertavam o povo da opressão, mas tão logo que esses líderes morriam, o povo voltava novamente à sua vida de pecado.

Por tudo isso o Senhor resolveu não tirar do território prometido aos filhos de Israel, os povos estrangeiros que Josué ainda não tinha conquistado quando morreu. E essas nações serviram como ferramentas através das quais Deus provou a Israel (Juízes 2:20-23).

O tempo dos juízes

Esse período vai da morte de Josué ao fim do ministério de Samuel, nessa mesma época foram escritos os livros de Rute e I Samuel 1 a 9.

O governo de Israel era realizado diretamente por Deus (teocrático), por meio de 15 (quinze) juízes que eram escolhidos para resolver as questões junto ao povo.

Não tinham poder de fazer novas leis, mas somente o de julgar em conformidade com a lei de Moisés.

Havia neles, também o poder executivo, embora a sua jurisdição se estendesse somente algumas vezes a certa parte do país.

Foi uma época de grande apostasia, anarquia e guerra civil, onde o povo entregou-se ao pecado.

Cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos (Jz 21:25). Samuel foi o mais notável dos juízes, parecendo que na última parte de sua vida ele se limitava a exercer principalmente a missão de profeta.

Sendo Saul rei, finalizou a forma teocrática de governo (I Sm 8:7). A pessoa do juiz era considerada santa e sagrada, de modo que consultá-lo era o mesmo que “consultar a Deus” (Êx 18:15). 

Os quinze juízes

  1. Otniel (Jz 3:9) – De Judá, livrou a Israel do rei da mesopotâmia;
  2. Eúde (Jz 3:15) – Expulsou os amonitas e os moabitas;
  3. Sangar (Jz 3:31) – Matou 600 filisteus e salvou a Israel;
  4. Débora (Jz 4:5) – Associada a Baraque, guiando a Naftali e Zebulom à vitória contra os cananeus;
  5. Gideão (Jz 6:36) – Expulsou os midianitas do território de Israel;
  6. Abimeleque (Jz 9:1) – Pseudo libertador sem autoridade divina;
  7. Tola (Jz 10:1) – Subjugou os amonitas;
  8. Jair (Jz 10:3) – Subjugou os amonitas;
  9. Jefté (Jz 11:11) – Subjugou os amonitas;
  10. Ibsã (Jz 12:8) – Perseguiu os filisteus;
  11. Elom (Jz 12:11) – Perseguiu os filisteus;
  12. Abdom (Jz 12:13) – Perseguiu os filisteus;
  13. Sansão (Jz 16:30) – Perseguiu os filisteus;
  14. Eli (ISm 4:18) – Julgou a Israel como sumo sacerdote;
  15. Samuel (I Sm 7:15) – Agiu principalmente como profeta.

A ausência de um sucessor direto após Josué pode ser vista como um ponto crítico na história de Israel. Esse “erro” não foi um descuido intencional, mas reflete a transição de liderança de uma figura única, como Josué, para um sistema de governo mais descentralizado por meio dos juízes.

A falta de um sucessor designado diretamente por Josué resultou em períodos de caos e idolatria em Israel, como descrito no Livro dos Juízes.

Cada vez que o povo se desviava, Deus levantava um juiz para restaurar a ordem, esse ciclo de desobediência, opressão, arrependimento e libertação continuou até que Israel finalmente pediu por um rei, levando à unção de Saul por Samuel.

Essa situação pode ser vista como um aprendizado para Israel sobre a importância da fidelidade a Deus e da liderança que surge não apenas por sucessão, mas pela escolha divina em resposta às necessidades do povo.

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