A verdade sobre a ressurreição de Jesus: Um marco da redenção
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A Ressurreição de Jesus é o evento mais central da fé cristã, pois não apenas confirma Sua identidade divina, mas também sela o cumprimento das profecias messiânicas.
Ela é a pedra angular do cristianismo, garantindo a vitória sobre o pecado e a morte.
No entanto, ao longo dos séculos, surgiram debates sobre a exata cronologia desse acontecimento, especialmente a respeito do dia em que Jesus ressuscitou: teria sido no domingo ou em outro momento da semana?
Diante desse questionamento, é essencial fundamentar nossa compreensão na Escritura, na cultura judaica e nos registros históricos da Igreja primitiva.
Este Refrigério Teológico explora essas evidências com precisão teológica, demonstrando que a Ressurreição de Jesus ocorreu no primeiro dia da semana, e como esse fato se alinha perfeitamente com a revelação bíblica e a tradição apostólica.
Olá, graça e paz, aqui é o seu irmão em Cristo, Pr. Francisco Miranda do Teologia24horas, que essa “paz que excede todo entendimento, que é Cristo Jesus, seja o árbitro em nosso coração, nesse dia que se chama hoje…” (Fl 4:7; Cl 3:15).
A profecia dos três dias e três noites
A declaração de Jesus em Mateus 12:40 é um dos textos mais significativos e debatidos da narrativa bíblica sobre Sua morte e ressurreição.
Aqui, Ele compara Sua permanência “no coração da terra” com a experiência de Jonas no ventre do grande peixe: “Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no coração da terra” (Mateus 12:40, ACF).
No texto original grego de Mateus 12:40, a frase “três dias e três noites” é escrita como τρεῖς ἡμέρας καὶ τρεῖς νύκτας (treis hēmeras kai treis nyktas).
Essa construção é importante porque utiliza uma linguagem idiomática, comum no hebraísmo, para denotar partes de dias e noites, e não necessariamente períodos completos de 24horas.
- τρεῖς ἡμέρας (treis hēmeras): Traduzido como “três dias”, refere-se a períodos diurnos, incluindo qualquer parte de um dia.
- καὶ τρεῖς νύκτας (kai treis nyktas): Traduzido como “e três noites”, é um paralelismo que reforça a ideia de um período simbólico completo de morte e sepultura.
No contexto judaico, essa frase é entendida como um período que abrange partes de três dias consecutivos, e não como uma contagem literal de 72 horas.
Esse uso idiomático também é encontrado em outros textos bíblicos, como na narrativa de Jonas, reforçando a conexão tipológica que Jesus faz entre Sua morte e a experiência do profeta.
Para compreender esta passagem, é essencial mergulhar no contexto cultural e nas práticas judaicas de contagem do tempo.
Entendendo a Contagem de Tempo Judaica
Na cultura judaica do primeiro século, a contagem de tempo diferia significativamente das práticas modernas ocidentais.
Para os judeus, qualquer parte de um dia era considerada como um dia inteiro. Isso é confirmado por registros do Talmud Babilônico, que afirma: “Uma parte de um dia é contada como um dia completo.”
Na cultura judaica do primeiro século, o dia era contado das 6h às 18h, e a noite das 18h às 6h, conforme o ciclo lunar e solar.
Isso se baseava em Gênesis 1:5, onde Deus chama a luz de dia e a escuridão de noite: “E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro” (Gênesis 1:5, ACF).
Divisão do dia (6h às 18h)
O dia era dividido em 12 horas, com cada “hora” variando em duração ao longo do ano, dependendo do comprimento do dia (pois não havia relógios mecânicos como hoje).
As referências às horas do dia aparecem com frequência no Novo Testamento:
- Primeira hora (6h da manhã): O início das atividades (Marcos 15:25).
- Terceira hora (9h da manhã): Hora da oração e de ofertas (Atos 2:15; Marcos 15:25).
- Sexta hora (12h): Meio-dia, ponto de maior calor (Mateus 27:45).
- Nona hora (15h): Hora da oração da tarde e sacrifício no Templo (Atos 3:1; Mateus 27:46).
- Décima segunda hora (18h): O fim do dia, marcando o início do novo dia judaico.
Divisão da noite (18h às 6h)
A noite era dividida em quatro vigílias no período romano, que foram adotadas pelos judeus no primeiro século.
As vigílias noturnas são mencionadas nas Escrituras e ajudam a identificar os períodos de tempo durante a noite:
- Primeira vigília (18h às 21h): Também chamada de “início da noite” (Lamentações 2:19).
- Segunda vigília (21h à meia-noite): Mencionada em Lucas 12:38.
- Terceira vigília (meia-noite às 3h): Referida como a “vigília da meia-noite” (Êxodo 14:24; Lucas 12:38).
- Quarta vigília (3h às 6h): Chamado de “vigília da manhã”, associada à última parte da noite antes do amanhecer (Mateus 14:25).
Essas vigílias eram importantes para o controle de guardas, oração e até mesmo para atividades militares. No caso de Jesus caminhando sobre o mar, o evento aconteceu durante a quarta vigília (Mateus 14:25).
Essa prática significa que, na mentalidade judaica, mesmo que um evento envolvesse apenas uma fração de um dia, esse dia seria contado integralmente.
Essa forma de contagem era amplamente aceita e comum na cultura e nas Escrituras judaicas.
Um exemplo prático dessa abordagem é encontrado em Gênesis 42:17-18, quando José prende seus irmãos na prisão por “três dias” e, no terceiro dia, os liberta. Aqui, “três dias” claramente não correspondem a 72 horas completas, mas sim a partes de três dias.
A divisão do dia em 12 horas e da noite em 4 vigílias era um sistema simples e eficaz para marcar o tempo.
Essas práticas ajudam a entender os relatos do Novo Testamento e dão contexto à profecia dos “três dias e três noites” no coração da terra.
Além disso, mostram como a cultura judaica integrava o tempo à sua vida espiritual, destacando momentos específicos para oração e adoração.
A aplicação da contagem na ressurreição
Baseando-se na narrativa do Novo Testamento:
- Jesus morreu na tarde de sexta-feira (Mateus 27:46-50).
- Ele foi sepultado antes do pôr do sol, no início do sábado judaico (Mateus 27:57-60).
- Ele ressuscitou na manhã do domingo, o “primeiro dia da semana” (Mateus 28:1-6).
Ao aplicar a contagem judaica
A expressão de Jesus sobre “três dias e três noites” (Mateus 12:40) pode ser compreendida à luz da contagem judaica de tempo:
- Primeiro Dia: Sexta-feira (parte do dia), desde a crucificação até o pôr do sol.
- Segundo Dia: Sábado completo, das 18h de sexta às 18h de sábado.
- Terceiro Dia: Domingo (parte do dia), desde o início do novo dia judaico (18h de sábado) até a ressurreição antes do amanhecer.
Embora essa contagem não represente 72 horas exatas, ela reflete o método judaico de incluir partes de dias como dias inteiros, conforme ensinado no Talmud Babilônico.
Esse padrão reafirma o domínio soberano de Deus sobre o tempo e o cumprimento perfeito das profecias messiânicas, demonstrando que Jesus é o Messias prometido.
A cronologia bíblica da ressurreição de Jesus
A ressurreição de Jesus é o ponto central da fé cristã, validando Suas palavras, obras e identidade como o Filho de Deus.
Os evangelistas Marcos, Mateus e João fornecem uma cronologia consistente que destaca a soberania de Deus sobre o tempo e o cumprimento das Escrituras.
Vamos explorar teologicamente cada etapa dessa narrativa, utilizando as divisões do dia e as vigílias noturnas para compreender como a profecia dos “três dias e três noites” foi cumprida.
Todos os quatro evangelistas concordam que a ressurreição de Jesus aconteceu no primeiro dia da semana, ou seja, no domingo.
Lucas registra com clareza: “E, no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado.” (Lucas 24:1, ACF)
Marcos, Mateus e João confirmam que as mulheres encontraram o túmulo vazio na madrugada de domingo (Marcos 16:2; Mateus 28:1; João 20:1).
Isso demonstra que a ressurreição aconteceu antes do amanhecer.
Para entender essa cronologia, analisaremos cada dia:
Sexta-feira: A crucificação de Jesus
A crucificação de Jesus aconteceu na sexta-feira, também chamada de “dia da preparação”, pois antecedia o sábado judaico (Marcos 15:42).
- A Terceira Hora (9h): Jesus foi crucificado (Marcos 15:25). Isso corresponde à terceira hora do dia, contada a partir das 6h da manhã.
- A Sexta Hora (12h): Escuridão cobriu a terra até a nona hora (Marcos 15:33).
- A Nona Hora (15h): Jesus entregou o espírito, morrendo na cruz (Marcos 15:34-37).
Após Sua morte, José de Arimateia pediu o corpo de Jesus a Pilatos e, com a ajuda de Nicodemos, sepultou-o antes do pôr do sol, marcando o início do sábado (Marcos 15:42-46; João 19:39).
O sacrifício de Jesus na cruz aconteceu no momento em que o cordeiro pascal era tradicionalmente sacrificado no Templo, cumprindo a tipologia de Êxodo 12:6-7 e afirmando que Ele é o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29).
Jesus morreu como o Cordeiro de Deus, pagando o preço pelos pecados da humanidade (Isaías 53:5-6; 2 Coríntios 5:21).
Sábado: Descanso no sepulcro
O sábado era um dia de descanso obrigatório para os judeus, conforme a Lei mosaica (Êxodo 20:8-11).
Assim como Deus descansou após a criação, Jesus descansou após completar a obra da redenção. Esse dia aponta para o descanso eterno prometido aos que creem n’Ele (Hebreus 4:9-10).
Por isso, o corpo de Jesus permaneceu no sepulcro, e as mulheres não puderam visitá-lo para concluir os preparativos do sepultamento (Lucas 23:56).
O descanso de Jesus no sepulcro durante o sábado ecoa o descanso de Deus após a criação (Gênesis 2:2).
Aqui, Jesus descansa da obra de redenção, que culminaria na ressurreição no dia seguinte.
Domingo: A ressurreição
Na madrugada de domingo, o primeiro dia da semana, as mulheres foram ao túmulo com especiarias, mas o encontraram vazio.
Um anjo anunciou: “Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito.” (Mateus 28:6, ACF)
- Quarta vigília (3h às 6h): A ressurreição aconteceu antes do amanhecer, exatamente às 6h. As mulheres chegaram ao túmulo na final da última vigília e encontraram a pedra removida (Marcos 16:2; Lucas 24:1).
- O tumulo vazio: Pedro e João também correram ao túmulo e o encontraram vazio, com as roupas de linho dobradas (João 20:3-7).
A ressurreição de Jesus no domingo cumpre a tipologia da Festa das Primícias, celebrada no dia seguinte ao sábado após a Páscoa (Levítico 23:10-11).
Paulo afirma que Cristo é “as primícias dos que dormem” (1 Coríntios 15:20), garantindo a ressurreição futura dos crentes.
A ressurreição de Jesus declara Sua vitória sobre o pecado e a morte, assegurando aos crentes a vida eterna (1 Coríntios 15:54-57).
A cronologia da ressurreição de Jesus nos evangelista Mateus, Marcos, Lucas e João não apenas confirma o cumprimento das profecias, mas também ilustra a soberania de Deus no controle dos tempos e épocas.
Cada evento, desde a crucificação até a ressurreição, carrega profundos significados teológicos que reforçam nossa fé.
Ao contemplar essa cronologia, somos lembrados de que o Evangelho não é apenas uma mensagem de esperança, mas uma realidade histórica e eterna.
A ressurreição de Jesus é a pedra angular da nossa fé, um convite para viver na certeza da vitória sobre o pecado e a morte.
“Mas agora Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem” (1 Coríntios 15:20, ACF).
A evidência dos pais da Igreja
A ressurreição de Jesus é o evento mais importante da fé cristã, sendo celebrada desde os primórdios do cristianismo no primeiro dia da semana – o domingo.
Essa prática, amplamente documentada nas Escrituras, também encontra suporte histórico nos escritos dos Pais da Igreja e até mesmo nos relatos de opositores do cristianismo.
Aqui, exploramos detalhadamente esses testemunhos, que reforçam a veracidade e o significado teológico da Ressurreição de Cristo.
O testemunho de Inácio de Antioquia (†110 d.C.)
Inácio de Antioquia, um dos líderes cristãos mais importantes do período pós-apostólico, foi discípulo direto do apóstolo João.
Em suas cartas, ele enfatiza a importância do domingo como o dia em que Jesus ressuscitou: “Aqueles que viveram segundo a ordem antiga vieram a uma nova esperança, não mais guardando o sábado, mas vivendo segundo o Dia do Senhor, no qual também a nossa vida se levantou por Ele e por Sua morte” (Carta aos Magnésios, 9:1).
Inácio conecta a ressurreição de Jesus ao “Dia do Senhor”, o primeiro dia da semana.
Isso demonstra que os cristãos primitivos entendiam o domingo não apenas como uma mudança litúrgica, mas como um marco teológico da nova aliança, indicando a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte.
O testemunho de Justino Mártir (†165 d.C.)
Justino Mártir, um apologista cristão, fornece uma das descrições mais detalhadas sobre a prática cristã de adoração no domingo.
Ele escreve: “No dia chamado domingo, todos os que vivem nas cidades ou no campo se reúnem em um lugar, e as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas são lidos… porque é o primeiro dia em que Deus, tendo feito uma mudança nas trevas e na matéria, criou o mundo; e Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos no mesmo dia” (Primeira Apologia, 67).
Justino relaciona o domingo com dois eventos significativos: a criação do mundo e a ressurreição de Cristo.
Para ele, o domingo simboliza um novo início, tanto cósmico quanto espiritual, indicando que a ressurreição inaugurou a nova criação.
O testemunho da Didaquê (†100 d.C.)
A Didaquê, também conhecida como o “Ensinamento dos Doze Apóstolos”, é um dos documentos cristãos mais antigos, talvez contemporâneo de algumas cartas do Novo Testamento.
Ela orienta os cristãos a se reunirem no domingo: “Reúnam-se no Dia do Senhor, partam o pão e dêem graças, depois de terem confessado seus pecados, para que o sacrifício de vocês seja puro” (Didaquê, 14:1).
A instrução da Didaquê evidencia que a celebração dominical não era apenas uma prática litúrgica, mas um momento de unidade para os cristãos, fundamentado na ressurreição de Jesus.
A expressão “Dia do Senhor” reforça a centralidade do domingo na vida comunitária e espiritual da Igreja primitiva.
O testemunho de Celso, crítico do cristianismo
Curiosamente, até mesmo Celso, um filósofo e opositor do cristianismo do século II, confirma que os cristãos associavam a ressurreição de Jesus ao domingo.
Em seus escritos, preservados na obra de Orígenes (Contra Celso), ele reconhece que os cristãos celebravam a ressurreição no primeiro dia da semana.
Embora Celso não tenha aceitado a fé cristã, seu testemunho reforça a consistência histórica da crença na ressurreição de Jesus no domingo.
Isso mostra que a prática cristã era amplamente conhecida, até mesmo por seus críticos.
A consistência histórica
Os relatos dos Pais da Igreja e até mesmo de opositores do cristianismo indicam que a prática de celebrar a ressurreição de Jesus no domingo era universal entre os cristãos primitivos.
Essa consistência histórica reflete três verdades teológicas fundamentais:
- A ressurreição como centro da fé cristã
A ressurreição de Jesus no primeiro dia da semana redefiniu o calendário espiritual da Igreja, destacando a vitória sobre o pecado e a morte. - A nova aliança e o domingo
A mudança do sábado (dia de descanso na antiga aliança) para o domingo (dia de celebração na nova aliança) simboliza a transição do antigo para o novo pacto em Cristo (Hebreus 8:13). - A testemunha da História
A prática cristã primitiva de adorar no domingo é um poderoso testemunho histórico da ressurreição, sustentando a autenticidade do evento narrado nos Evangelhos.
Os testemunhos de Inácio de Antioquia, Justino Mártir, a Didaquê e até mesmo de Celso fornecem uma base histórica sólida para a celebração dominical como o dia da ressurreição de Jesus.
Essa prática não foi instituída por decreto imperial ou por influência externa, mas surgiu organicamente como uma resposta da Igreja ao evento mais significativo da história: a vitória de Cristo sobre a morte.
A observância do domingo continua sendo um poderoso símbolo da nova criação e da esperança cristã, apontando para o futuro glorioso da ressurreição final.
Como Paulo escreve: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Coríntios 15:22, ACF).
A simbologia profética da ressurreição de Jesus no domingo
Jesus morreu no sexto dia da semana (Marcos 15:33-34), assim como Adão e Eva foram criados no sexto dia (Gênesis 1:26-31). Essa conexão simboliza a redenção da humanidade pecadora representada por Adão e Eva, como Paulo explica:
“Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (Romanos 5:12-21, ACF).
No sétimo dia, Deus descansou após completar a criação (Gênesis 2:2-3). De maneira semelhante, Jesus descansou no sepulcro durante o sábado, em total silêncio, enquanto a obra de redenção aguardava seu clímax (Mateus 27:62-66).
No entanto, no primeiro dia da semana, Deus declarou “Haja luz” (Gênesis 1:3), inaugurando a criação. Esse evento encontra seu paralelo na ressurreição de Cristo, o momento em que Ele renova todas as coisas e inaugura uma nova humanidade em Si mesmo:
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17, ACF).
Na cruz, a humanidade antiga morreu com Cristo. Com Sua ressurreição, a nova humanidade nasceu, representando redenção e renovo para todos os que creem (1 Coríntios 15:45-49; 1 Pedro 1:3).
A Ressurreição de Jesus no primeiro dia da semana não foi um acaso. No Antigo Testamento, a Festa das Primícias apontava para esse evento. O Senhor instruiu:
“E trareis um molho das primícias da vossa sega ao sacerdote. E ele moverá o molho perante o SENHOR, para que sejais aceitos; no dia seguinte ao sábado, o sacerdote o moverá” (Levítico 23:10-11, ACF).
Essa oferta das primícias ocorria no primeiro dia da semana após a Páscoa. O apóstolo Paulo identifica Jesus como as primícias daqueles que ressuscitarão:
“Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem” (1 Coríntios 15:20, ACF).
Assim, a ressurreição de Jesus no domingo cumpre perfeitamente essa tipologia profética.
Ele é a primícia da nova criação, inaugurando a era da redenção e dando início a uma nova história para toda a humanidade.
Refutação do judaísmo messiânico e dos defensores do sábado
A questão da cronologia da morte e ressurreição de Jesus frequentemente levanta debates entre grupos que defendem a guarda do sábado, como algumas correntes do judaísmo messiânico e outras seitas modernas.
Eles argumentam que Jesus foi crucificado na quarta-feira e ressuscitou no sábado, usando essa interpretação para sustentar a observância sabática como um princípio perpétuo.
No entanto, essa visão ignora a revelação do Novo Testamento, o testemunho consistente dos Evangelhos, a tradição apostólica e o contexto cultural judaico.
Aqui está uma análise teológica detalhada que refuta essas alegações.
A revelação do Novo Testamento e o testemunho dos Evangelistas
Os Evangelistas “Mateus, Marcos, Lucas e João” fornecem uma narrativa clara sobre a crucificação e ressurreição de Jesus:
- Jesus foi crucificado na sexta-feira, o “dia da preparação”:“E, chegada a tarde, porquanto era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado” (Marcos 15:42, ACF).A expressão “dia da preparação” refere-se à sexta-feira, o dia em que os judeus se preparavam para o sábado.
- A ressurreição ocorreu no primeiro dia da semana:“E, no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas” (Lucas 24:1, ACF).A ressurreição de Jesus no domingo é afirmada em todos os Evangelhos (Mateus 28:1; Marcos 16:2; João 20:1).
Refutação
O argumento de que Jesus foi crucificado na quarta-feira e ressuscitou no sábado contradiz diretamente os evangelistas “Mateus, Marcos, Lucas e João”, que apresentam um quadro consistente de Sua morte na sexta-feira e ressurreição no domingo.
Não há evidência bíblica de que a ressurreição tenha ocorrido no sábado.
A contagem judaica de dias
O entendimento judaico de tempo é crucial para essa discussão. No contexto bíblico, qualquer parte de um dia era considerada um dia completo.
O Talmud Babilônico ensina: “Uma parte de um dia é contada como um dia completo.”
Baseando-se nesse princípio:
- Sexta-feira: Parte do dia é contada como o primeiro dia.
- Sábado: O dia completo no sepulcro é o segundo dia.
- Domingo: Parte do dia, até o amanhecer, é contado como o terceiro dia.
Refutação
A insistência em 72 horas exatas (três dias e três noites literais) ignora a prática judaica de contagem de tempo.
Essa abordagem é anacrônica e aplica conceitos modernos à interpretação bíblica, desconsiderando o contexto cultural.
O testemunho dos pais da Igreja
Os primeiros cristãos, muitos dos quais eram contemporâneos ou próximos aos apóstolos, confirmaram a ressurreição de Jesus no domingo, chamado de “Dia do Senhor”:
- Inácio de Antioquia (†110 d.C.):“Não mais guardando o sábado, mas vivendo segundo o Dia do Senhor, no qual também a nossa vida se levantou por Ele e por Sua morte” (Carta aos Magnésios, 9:1).
- Justino Mártir (†165 d.C.):“No dia chamado domingo, todos os que vivem nas cidades ou no campo se reúnem… porque Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos no mesmo dia” (Primeira Apologia, 67).
Refutação
A tradição apostólica e patrística refuta qualquer tentativa de mover a ressurreição para o sábado.
A prática unânime de adoração no domingo é um testemunho histórico do evento mais importante da fé cristã.
A tipologia profética do domingo
No Antigo Testamento, a Festa das Primícias apontava profeticamente para a ressurreição de Cristo.
Essa festa ocorria no primeiro dia da semana após o sábado da Páscoa:
“E trareis um molho das primícias da vossa sega ao sacerdote. E ele moverá o molho perante o SENHOR, para que sejais aceitos; no dia seguinte ao sábado, o sacerdote o moverá” (Levítico 23:10-11, ACF).
O apóstolo Paulo confirma que Jesus cumpriu essa tipologia:
“Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem” (1 Coríntios 15:20, ACF).
Refutação
A ressurreição de Jesus no domingo cumpre a profecia da Festa das Primícias.
O argumento de que a ressurreição ocorreu no sábado negligencia esse aspecto fundamental, desconectando o evento da narrativa redentiva das Escrituras.
O significado do “Dia do Senhor”
A transição do sábado para o domingo como o dia principal de culto não foi arbitrária. Ela simboliza a nova criação e a nova aliança inaugurada pela ressurreição de Jesus.
O domingo é o dia em que Cristo venceu a morte e trouxe a luz da vida eterna, ecoando a criação original:
“E disse Deus: Haja luz. E houve luz” (Gênesis 1:3, ACF).
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12, ACF).
Refutação
O foco no sábado como dia de guarda perpetua uma visão da antiga aliança, ignorando o cumprimento e a superação dessa aliança na obra de Cristo.
O domingo, o “Dia do Senhor”, reflete a nova criação e a redenção consumada.
A tentativa de alterar a cronologia da morte e ressurreição de Jesus para justificar a guarda do sábado falha tanto historicamente quanto teologicamente.
O testemunho dos Evangelistas “Mateus, Marcos, Lucas e João”, a contagem judaica de dias, a tradição apostólica e patrística, e a tipologia profética apontam unanimemente para a ressurreição de Jesus no domingo.
Cristo não apenas cumpriu as profecias, mas também inaugurou uma nova era de redenção, simbolizada pelo domingo, o “Dia do Senhor”.
Assim, a ressurreição de Jesus não é apenas uma questão de tempo ou calendário, mas a declaração definitiva da vitória sobre o pecado e a morte, garantindo vida eterna para todos os que creem:
“Portanto, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17, ACF).
Conclusão
A Ressurreição de Jesus no domingo é um marco inegável da história redentiva, confirmada pelos Evangelhos, pela tradição apostólica e pela cultura judaica.
Ele não apenas venceu a morte, mas também inaugurou uma nova era de redenção, trazendo vida e esperança para toda a humanidade.
Negar a Ressurreição no domingo não é apenas um erro de interpretação cronológica; é ignorar a soberania de Deus na história e a revelação clara das Escrituras.
Esse evento glorioso cumpriu as profecias do Antigo Testamento e estabeleceu o fundamento da nova aliança, onde Cristo é as primícias da nova criação.
O domingo, o “Dia do Senhor”, não é apenas uma data histórica, mas um lembrete semanal de que a luz triunfou sobre as trevas, o pecado foi derrotado e a vida eterna foi conquistada.
Como Paulo declara:
“Mas agora Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.” (1 Coríntios 15:20, ACF)
Que essa verdade eterna fortaleça sua fé, renove sua esperança e o inspire a viver em santidade, aguardando o dia em que, assim como Ele, seremos ressuscitados para uma vida gloriosa na presença de Deus.
Permaneça firme na verdade da ressurreição e proclame com ousadia a vitória de Cristo ao mundo, pois Nele temos vida, redenção e a promessa de uma eternidade gloriosa!
Espero que este Refrigério Teológico tenha edificado sua vida espiritual!
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