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      Hermenêutica: A pregação como construção de pontes

      A hermenêutica bíblica é a arte de construir pontes entre o mundo do texto sagrado e a realidade contemporânea.

      Como enfatiza John Stott, em Eu Creio na Pregação (STOTT, 2003, p. 143‑186), o pregador deve viver com um pé em cada mundo: compreender profundamente a Escritura e, simultaneamente, discernir os desafios e perguntas do presente.

      Esse equilíbrio evita dois perigos: aprisionar a Palavra no passado, tornando-a irrelevante, ou adaptá-la excessivamente à cultura, distorcendo sua mensagem.

      O próprio Jesus, ao caminhar com os discípulos de Emaús, interpretou “Moisés e todos os Profetas” e mostrou como apontavam para Ele (Lc 24.27), exemplificando a construção dessa ponte entre o antigo e o novo.

      Nossa tarefa, portanto, é captar o sentido original do texto, em Jesus, reconhecer sua verdade eterna e aplicá-la de forma fiel à vida cotidiana.

      Em tempos de crises éticas, relativismo cultural e solidão, a hermenêutica nos desafia a proclamar a Palavra viva, que continua sendo “lâmpada para os pés” (Sl 119.105).

      A ponte hermenêutica permite transpor um contexto agrícola e tribal para a sociedade digital e global, sem comprometer a essência do evangelho.

      Assim, a Bíblia permanece atual e eficaz, revelando Cristo como resposta às inquietações humanas em todos os tempos.

      Referência: STOTT, John. Eu Creio na Pregação. São Paulo: Vida, 2003.

      Parabéns
      Misia Leani Araújo Milhomem e Pr. Francisco Miranda
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