O que é o Amor?
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O amor é um dos temas mais profundos e universais da existência humana, no entanto, a compreensão sobre o amor varia amplamente entre culturas, filosofias e religiões.
A partir de uma perspectiva teológica cristã, o amor é essencialmente a essência de Deus e o princípio central da relação entre Ele e a humanidade.
O amor de Deus, faz parte da sua essência, não está acima dos seus outros atributos, o Senhor não é mais amoroso, bondoso do que é justo.
O amor de Deus não tem forma, não se mede, não se pesa, não se quantifica.
Deus amou o mundo de “tal” maneira, nenhuma palavra caberia para descrevê-lo.
O amor é o combustível que alimenta a alma humana, nascemos para amar e sermos amados.
Na Bíblia o amor pode tomar várias formas, mas todos os tipos de amor vêm da mesma fonte: o amor de Deus, a força mais poderosa deste mundo (I Coríntios 13:8).
A Bíblia diz que Deus é amor, o amor é uma característica fundamental de Deus. Nada é mais valioso que o amor.
Este Refrigério Teológico exploraremos a natureza do amor conforme revelado nas Escrituras e sua aplicação prática na vida cristã.
Olá, graça e paz, aqui é o seu irmão em Cristo, Pr. Francisco Miranda do Teologia24horas, que essa “paz que excede todo entendimento, que é Cristo Jesus, seja o árbitro em nosso coração, nesse dia que se chama hoje…” (Fl 4:7; Cl 3:15).
O Amor de Deus revelado na Bíblia
A Bíblia é o único livro na história da humanidade que revela Deus como amor. Ela conta a maior história de amor, jamais revelada de outra forma, a não ser a do Senhor Jesus Cristo, para salvação da humanidade.
A maior fonte de revelação do amor de Deus está em Sua Palavra, que se manifesta de forma tridimensional: como a Palavra Escrita “Logos” e como a Palavra Viva “Rhema”.
O estudo sobre a Palavra de Deus, também conhecido como Isagoge (εἰσαγωγή, ‘eisa gogé’), conduz as pessoas aos mistérios revelados por Deus através das Escrituras, demonstrando o alcance profundo e inigualável do amor divino.
Os demais livros são lidos e venerados, mas a Bíblia é o único que transforma vidas, cidades, nações e reinos.
Ela tem impactado bilhões de pessoas em diversas culturas ao longo da história.
Reis como Davi o amaram; reis como Josias o redescobriram; profetas como Samuel o escreveram; poetas como Salomão o exaltaram; doutores como Lucas o sistematizaram; e apóstolos como Paulo carregavam seus pergaminhos em suas jornadas missionárias.
Devemos amar a Bíblia porque ela é mais do que um livro, ela é a bússola para os perdidos, o bálsamo para os feridos, a chave para os mistérios celestiais e o manual para edificar vidas em Deus.
Por meio dela, o amor de Deus é transmitido de forma clara e acessível, apontando o caminho para a redenção.
Definição bíblica de Amor
Na Bíblia, o amor é descrito como a própria essência de Deus: “Aquele que não ama, não conhece a Deus; porque Deus é amor” (I João 4:8, ACF). Aqui não se fala que o amor está em Deus, e sim que Deus é amor. Assim, não é possível estabelecer uma separação entre Deus e amor, porque é a Sua própria essência.
“Grande amor! Amor de Deus! Enche a terra e enche os céus! Grande amor! Amor que abrange a todo o mundo e atinge a mim!” (Hino da Harpa Cristã 396)
Amor é uma palavra singular no português, pois é aplicada de forma única na literatura, nas mais variadas condições, isso sem dúvida é motivo de confusão, pois na prática existe mais de uma forma de se expressar o amor.
No grego, por exemplo, há três palavras para diferenciar essas manifestações pessoais próprias do emocional humano, cada uma aplicada de forma específica.
ἀγάπη “Ágape”
αγάπη “Ágape” é o amor da entrega/incondicional, o que é dado sem nada esperar, é altruísta, o melhor exemplo é o de Deus para com o homem (Jo 3:16), ou o manifestado por Jesus, que deu tudo sem nada pedir em troca.
É o amor sem interesse pessoal, mais interessado no benefício da pessoa que quer favorecer, que não faz distinção nem acepção entre pessoas, que favorece a todos, que não exige retorno, mas que espera com paciência, compreensão, reciprocidade e exclusividade espontânea.
É o amor que primeiro ama para depois ser amado, e que continua a ser oferecido mesmo àquele que não o aceita por não crer nele (João 3:16).
Em I Coríntios 13 encontramos a mais detalhada definição do que é o amor ágape nos relacionamentos humanos, escrita pelo apóstolo Paulo:
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha” (I Coríntios 13:1-8).
Essa definição coloca o amor ágape como o padrão mais elevado de amor, um modelo que, embora difícil de alcançar por nossas próprias forças, se torna possível por meio do Espírito Santo (Gálatas 5:22).
Este amor não provém de nós mesmos, mas de Deus, que nos capacita a viver e refletir Seu caráter.
Φιλέως “Phileos”
Φιλέως “Phileos” é o amor fraternal/condicional, não é normalmente possessivo, mas espera reciprocidade, é dado por abnegação ou como sendo uma obrigação, existe de pai e mãe para filho, de filho para pai e mãe, de irmão para irmão, entre parentes, de amigo para amigo, etc.
É o que dá esperando, mesmo que sem cobranças, receber quando for necessário, não é em nada similar ao eros, pois busca agradar a quem é dirigido sem interesse em contato físico. Tomamos como exemplo o caso bíblico de Davi e Jônatas (I Samuel 18:1).
Uma das ocorrências mais discutidas entre os estudiosos sobre o uso dos termos phileos e ágape num mesmo texto encontra-se em João 21:15-17, onde o apóstolo Pedro parece relutar em dizer a expressão ágape ao invés de phileos, numa provável distinção entre um amor mais elevado (ágape) e um sentimento de afeição (phileos).
Ἔρως “Eros”
Ἔρως “Eros” é o amor mergulhado em paixão e romantismo, transmitindo também o sentido de desejo passional, sensual, sexual e erótico, um amor que exige sempre exclusividade.
É um amor que exige sempre exclusividade, natural entre um homem e uma mulher que se atraem pelo visual, ele não tem uma explicação lógica ou racional para existir, sendo por isso chamado de “amor cego”.
É a paixão, a atração física incontida, a sedução, o desejo ardente de possuir, de ter, de tomar posse, de estar, é ciumento, doentio, violento, levando a loucuras.
Embora Ἔρως “Eros” não ocorra no Novo Testamento, sua compreensão no contexto bíblico ajuda a contrastar com o amor ágape, destacando a superioridade deste último no plano de Deus.
Outros tipos de Amor
Apesar da palavra στοργή “storge ou stergo” não aparecer na Bíblia, como as palavras ágape, phileos e eros.
Existe cultura grega para transmitir a ideia de “amor familiar”, “tratar com carinho” ou “afeição”, aplicado especialmente ao amor entre pais e filhos, muito parecida com o amor phileos.
Encontramos uma derivação desse termo astorgos, no sentido negativo, para expressar a ideia de “desafeiçoado” (Rm 1:31 “Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia”; II Tm 3:3 “Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons”).
Como também encontramos philostorgos, derivado de storge, empregado na expressão traduzida como “amai-vos cordialmente” em Romanos 12:10 “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”.
- O amor patriótico – o amor pelo país, seu povo e sua terra, querendo seu bem – Salmos 137:4-6
- O amor a coisas boas – como a justiça e a verdade, sendo dedicado a essas coisas – Salmos 119:159-160
- O amor ao dinheiro – um amor de dedicação dado à coisa errada, que causa muitos problemas – 1 Timóteo 6:10
- O amor ao mundo – assim como podemos amar coisas boas, podemos amar coisas ruins, como o pecado – 1 João 2:15-16
- O amor a Deus – o amor que sentimos quando entendemos o amor de Deus por nós – I João 4:19 “Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro”
Por falta de verbetes em nosso português, esses três tipos distintos de amor são mesclados e confundidos, resultando muitas vezes em incompreensões e iniquidades, complicando o entendimento daquilo que por si só já é uma emoção difícil de se compreender.
Conclusão
A questão “o que é o amor?” encontra sua resposta mais profunda e plena em Deus.
O amor ágape, revelado nas Escrituras, é o modelo supremo que transcende barreiras humanas e aponta para a redenção eterna.
Este amor transforma não apenas nossas vidas, mas também as vidas daqueles ao nosso redor, conduzindo-nos a uma relação mais íntima com o Criador.
Que possamos experimentar e refletir este amor em todas as esferas da nossa existência.
Espero que este Refrigério Teológico tenha edificado sua vida espiritual!
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