Eva mitocondrial
Provavelmente você já ouviu falar da “Eva mitocondrial“, uma teoria que parte do princípio que seria possível traçar uma linhagem a partir das contribuições maternas, geração por geração, em que todos os seres humanos descendem de uma única mulher, (obviamente, há muitos e muitos anos) que é uma espécie de super avó de todos nós, chamada Eva mitocondrial.
Olá, graça e paz, aqui é o seu irmão em Cristo, Pr. Francisco Miranda do Teologia24horas, que essa “paz que excede todo entendimento, que é Cristo Jesus, seja o árbitro em nosso coração, nesse dia que se chama hoje…” (Fl 4:7; Cl 3:15).
Saber a origem de nossos antepassados é um dos motivos que levam as pessoas a se aventurarem no mundo da genômica pessoal e fazerem testes de ancestralidade.
Nessa busca, validamos muitas informações que nos foram passadas pelos nossos pais e avós, descobrimos coisas novas e surpreendentes e, também, ficamos com algumas dúvidas.
A Eva Mitocondrial se baseia no conceito do Ancestral Comum Mais Recente (MRCA, do inglês Most Recent Common Ancestor), com base no DNA mitocondrial que, pelo que consta, apenas é transmitido pela mãe, conseguiram afunilar todos os seres humanos até uma só mulher “E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes” (Gênesis 3:20).
Você já parou para pensar em seus ancestrais? Eles ajudam a contar um pouco a história de quem somos.
Mas quantos são eles?
Bem, a gente tem um pai e uma mãe, quatro avós, oito bisavós, dezesseis tataravós etc. A cada geração que recuamos, o número de ancestrais duplicam. Assim, há dez gerações, você teria 2^10=1024 ancestrais, alguns dos quais podem ter presenciado o fim do Quilombo dos Palmares. Há 1200 anos, quando teve início a era das excursões vikings, você teria bilhões de ancestrais.
Esse número é claramente absurdo, uma vez que a população humana não chegava a 300 milhões no ano 800 DC. Como conciliar essa aparente contradição? É simples: vários desses ancestrais devem ter sido a mesma pessoa, o que significa que houve uma grande quantidade de endocruzamentos na história da humanidade. Somos todos parentes, uns dos outros e de nós mesmos.
Nesse contexto, talvez seja mais interessante investigar não quantos ancestrais distintos nós temos, mas sim aqueles que temos em comum.
A chave para esta questão está na genética. Mas estudar ancestralidade compartilhada é incrivelmente complexo, dada a maravilhosa balbúrdia da reprodução sexuada. Para simplificar a questão, buscamos um modelo em que a recombinação de material genético de pai e mãe não dificulte a análise do passado.
Um bom exemplo é o DNA mitocondrial. Mitocôndrias são organelas celulares que carregam seu próprio material genético, e que são herdadas apenas na linhagem materna. Você recebeu suas mitocôndrias da sua mãe, que por sua vez as recebeu da mãe dela, e sucessivamente, sem a complicação de interação com as linhagens paternas.
Assim, a ancestralidade compartilhada pela linhagem materna pode ser reconstruída comparando o DNA mitocondrial de várias pessoas.
Esses dados são analisados à luz de um modelo que reproduz matematicamente as probabilidades de encontro de diferentes linhagens ancestrais. O modelo começa no presente e olha para o passado, partindo do pressuposto de que cada pessoa da geração atual herdou suas mitocôndrias de uma pessoa da geração anterior. É possível que duas pessoas compartilhem a mesma ancestral na geração anterior –são irmãos–, ou há duas gerações –são primos–, ou há mais tempo ainda.
Ao estender esse argumento a um conjunto maior de indivíduos, a teoria das probabilidades nos garante que, se esperarmos tempo suficiente, é inevitável que todos os seres humanos vivos chegaremos a um único ancestral comum. Essa dinâmica representa o processo de “coalescência”, decorrente do modelo de Wright-Fisher, um dos modelos mais clássicos da genética de populações.
A consequência surpreendente deste argumento é que, em algum momento do passado, existiu uma mulher que foi a última ancestral comum, na linhagem materna, de todos os seres humanos vivos hoje.
Adão biológico (ou Adão cromossomial-Y)
O termo Adão biológico se refere à última pessoa cujo cromossomo Y (presente somente em pessoas do sexo biológico masculino) foi passado até os dias atuais, isso é, ainda possui descendentes vivos, ou seja, das muitas linhagens sanguíneas e dos diversos tipos de cromossomos Y que surgiram, este é o único que prosseguiu, geração após geração, até os dias atuais. Assim, é possível que tenha existido um Adão biológico mais antigo que o atual em algum ponto da história.
Os primeiros estudos sobre o Adão biológico, realizados a partir de 1987, foram pouco precisos, mas em 2013 no entanto, diminuindo a janela de tempo para cerca de a quase 6 mil anos atrás.
Por utilizarmos o cromossomo Y para a análise dos haplogrupos paternos, a determinação da linhagem por parte de pai só é possível em indivíduos que apresentam o cromossomo Y.
Eva biológica (ou Eva mitocondrial)
Já a Eva biológica, ou Eva mitocondrial, às vezes chamada de “mãe de todas as mulheres”, se refere à mais recente pessoa do sexo biológico feminino cujo DNA mitocondrial foi passado, geração após geração, até os dias atuais.
O uso do DNA mitocondrial em vez de um cromossomo específico se deve ao fato de que o DNA presente nas mitocôndrias só é passado à próxima geração pela mãe, enquanto o cromossomo X pode ser passado tanto pela mãe quanto pelo pai, já que as pessoas do sexo biológico masculino (que têm os cromossomos XY) podem doar um de seus pares de cromossomos e pessoas do sexo biológico feminino (XX) podem doar dois.
A Teoria da Eva Mitocondrial, então, parte do princípio que seria possível traçar uma linhagem a partir das contribuições maternas, geração por geração, ou seja, durante a fecundação, a única parte do espermatozoide que entra no ovócito é o núcleo. Portanto, em um zigoto, a contribuição genética paterna é exclusivamente nuclear, enquanto a materna não se restringe somente ao núcleo e também é extranuclear.
Portanto, a próxima vez que ouvir falar de Adão e Eva biológicos, lembre-se: estamos falando de pares de cromossomo Y e DNA mitocondriais ancestrais milenares.
Antes de continuar, convém dizer que os evolucionistas não acreditam que a Eva mitocondrial era a única mulher à face da Terra, naquela altura. Eles acreditam que ela foi a única mulher que produziu uma linhagem direta de descendentes até ao presente dia mas que co-existiu com outras mulheres.
Os criacionistas sempre rejubilaram com esta descoberta científica, pois reforça o que a Bíblia diz acerca da verdadeira história das origens:
Uma das formas de os evolucionistas desconsiderarem este facto era afirmar que o relógio mitocondrial indicava que a Eva mitocondrial tinha vivido entre 100 a 200 mil anos. Lá se ia assim a história dos 6000 anos bíblicos. No entanto, este é um dado model-dependant, isto é, é necessário assumir a Evolução para estes números surgirem.
Conclusões
- 1) Esta data de 6000 anos para a Eva mitocondrial é consistente com o relato bíblico sobre a primeira mulher que viveu na Terra.
- 2) Utilizando as taxas de mutação atuais de seres humanos, a data obtida bate em cheio com a Eva bíblica – a mãe de todos os seres viventes;
- 3) Um cristão nunca deve duvidar da Palavra de Deus apenas porque as circunstâncias do momento parecem ir contra o que ela diz. Cabe agora aos evolucionistas recorrerem às suas explicações ad hoc para lançar fora este valor.
- 4) Nunca devemos esquecer que todos os cálculos sobre o passado não observável implicam assumir conjecturas que não são passíveis de repetição. Mesmo esta nova data assume certas conjecturas. Esta data de 6 000 anos não deve ser o motivo pelo qual a nossa fé fica maior. Este dado apenas serve para mostrar que a ciência, quando corretamente estabelecida, e a bíblia, quando corretamente interpretada, nunca estarão em conflito.
Espero que esse Refrigério Teológico, possa beneficiar no seu crescimento espiritual, faça suas considerações/comentários logo abaixo, compartilhe, discuta com o seu cônjuge, seus filhos, seus irmãos e amigos…
Não sei se você é uma dessas pessoas que têm dificuldades de entender a Bíblia. Eu já fui e sofri muito!
Mas não me dei por vencido, não me deixei ser derrotado pelas circunstâncias e muito menos pelas adversidades.
E você, como anda sua leitura da Bíblia? Seu entendimento? Você tem se dedicado a aprender mais da Palavra de Deus?
Que tal melhorar nessa área da sua vida espiritual, aprendendo a entender assuntos da Bíblia de forma simples e rápida, ajudado por quem já superou as mesmas dificuldades que você enfrenta?
Se você sente que precisa de ajuda para entender a Bíblia, eu posso te ajudar sendo o seu mentor teológico!
Se você estiver interessado em participar de uma jornada teológica comigo, faça sua inscrição em nossa comunidade ou baixe o nosso aplicativo, o meu objetivo é tornar sua experiência de autoaprendizagem, muito mais fácil, intuitiva e principalmente interativa, e o melhor de tudo, onde você estiver, a hora e quando quiser, e acredite, no seu tempo e no seu ritmo!
Muito interessante esse conteúdo. Eu comecei a fazer uma lista de nomes de todos partindo da minha vó materna. Ela teve 14 filhos. Uma família considerada grande. De vez em quando tenho que atualizar a lista para acrescentar os que nascem.